quarta-feira, julho 16, 2003

Spinning in the Sky with Diamonds
Os queridos leitores que acompanham esse blog sabem da minha saga na busca por um melhor condicionamento físico, especialmente na aula de spinning. É lá onde tudo acontece. É no spinning que se abrem as portas da percepção. O spinning é meu Santo Daime, meu Ganja, meu Ahuasca...

Ontem, acelerando tudo ao som de "Living La Vida Lôca", senti a bike soltar-se do suporte e projetar-se no espaço-tempo-continuum, tal qual as bicicletas voadoras de "E.T.". A sala desapareceu e, em seu lugar, apenas uma forte luz... A voz de Ricky Martin foi ficando cada vez mais longe... De repente, sem parar de pedalar um único instante, comecei a distinguir formas e sombras e vi a história da humanidade passando como um clipe de Spike Jonze bem em frente aos meus olhos incrédulos. Era o meu espírito sendo abastecido pela onisciência. A mesma que Connor MacLeod obteve em "Highlander".
Assim, como num passe de mágica, todos os mistérios de nossa existência me foram esclarecidos: quem somos? de onde viemos? para onde vamos? quem matou JFK? o Santo Sudário é legítimo? quem desenhou as Linhas de Nasca? o que os irmãos Wachowski farão depois de Matrix-Revolutions?...

De repente, um som muito alto interrompeu toda a paz do momento. Era "Funk Soul Brother" do Fat Boy Slim no maior gás, a próxima música no set list da aula. Num piscar de olhos, eu estava de volta à aula e ainda tomei uma ralada da professora: "Tem gente que não tá botando carga, hein! Eu tô de olho!"