terça-feira, julho 15, 2003

Uma questão de etiqueta
Nos anos 70, a Hering lançou uma promoção, cujos prêmios eu não consigo me lembrar quais eram, mas que foi uma verdadeira febre.
Para ganhar, era preciso juntar muitas, muitas, muitas etiquetas das camisetas Hering.
Eu me lembro que nessa época, meu irmão mais velho passou a tesoura em toda e qualquer etiqueta Hering lá de casa, não importando se fosse a regatinha do caçula (eu) ou o pijama do vovô: ficou todo mundo desetiquetado. E, numa casa com quatro irmãos, é bastante compreensível que muitas roupas (camisetas brancas, por exemplo) fossem diferenciadas somente pela etiqueta. Até porque, nessa época , nós compartilhávamos as mesmas gavetas da cômoda.
Assim, durante um bom tempo lá em casa foi um tal de me colocarem uma camiseta que vinha até o joelho ou então meus irmãos ficarem de umbigo de fora.
Quem devia achar um saco mesmo era a empregada ou a minha mãe, na hora de guardar as roupas.
Certa vez, estava eu com a minha mãe no supermercado e ela notou que eu ficava coçando o pescoço o tempo todo... Como toda mãe, ela foi logo procurar por alguma picada de inseto ou alguma alergia, mas não havia nada. Era o fiapinho de uma etiqueta mal cortada. Acho que essa foi a gota d'água: ela chegou em casa e mandou o meu irmão parar de cortar as etiquetas. Mas de que adiantava agora? Ele já tinha cortado todas mesmo...

Ah, e detalhe: ele nunca ganhou nada, só ficou com o um saco cheinho de etiquetas.