terça-feira, janeiro 27, 2004

Imprensa Calhorda
Isso sempre acontece. Da mesma maneira que constroem, destroem. Sem o menor pudor. “Compromisso com a verdade”?, “Rabo preso com o leitor”? Piada. O que vale mesmo é, na efemeridade do momento, enaltecer demasiadamente uma situação (ou pessoa), ou do mesmo modo, alardear negativamente e também com tintas muito mais carregadas que o necessário, uma outra situação (ou pessoa), apenas para chamar a atenção (e vender notícias). Mais ridículo ainda é quando, em pouco tempo, com as mesmas atitudes, os mesmos personagens são levados aos dois extremos. Por exemplo: no começo do campeonato pré-olímpico, a todo momento líamos, sempre em tom elogioso, “o clima de descontração” reinante na seleção sub 23, promovida principalmente pela dupla Diego e Robinho. Este último chegou a ser apelidado pela imprensa de o “Doutor Alegria”. Agora, depois do fracasso do time, pipocam as frases “falta de seriedade”, “desunião”, “estrelismo” e etc. Na Folha de São Paulo de hoje saiu: “No início da competição, Robinho chegou expor Diego ao ridículo ao abaixar o calção do meia na frente dos fotógrafos”. Agorinha pouco ele era o doutor da alegria, hoje é o causador de constrangimentos e profissional não-sério...

Mudando um pouco de assunto, pode ser muito questionável a qualidade do ensino nas universidades brasileiras e o descasamento “teoria-prática” dos recém-formados. Mas uma das muitas coisas que aprendi na academia (há muitos e muitos anos...) e que me fazem ser o que sou - no positivo e no negativo - foi a construir um “senso crítico”.

Valeu professor Rubens.