terça-feira, julho 29, 2003

Pro diabo que te carregue
Um dos principais pesadelos da vida moderna é o fato de algumas pessoas não se adaptarem a ela. Principalmente quem mais deveria, como por exemplo, os que trabalham com produtos tecnológicos. Mais precisamente, os que trabalham com artigos para celulares ou aparelhos eletrônicos. Mais precisamente ainda, os desgraçados da assistência Vivo da Alameda dos Nhambiquaras e os desgraçados da assistência Panasonic da Alameda dos Jurupis. (olha, os dois estão pertinho um do outro, cuidado...)

Tudo isso prá dizer que um dia eu quis comprar um carregador de celular para carros por R$ 20,00. Desafortunadamente eu estava nessa assistência Vivo e levei um. No dia que eu precisei usar, batata: não funcionava. Na semana seguinte, voltei lá. Já tinha fechado. Na outra semana, voltei e troquei. Levei até o carro e testei. Pareceu ok, mas no dia que eu precisei usar de novo: nada. Na outra semana, voltei de novo, troquei, mas não antes de pedir que ela testasse o aparelho. Ela testou e disse que estava ok (nos outros dois anteriores, foi detectada falha na voltagem). Levei. Não, não funcionava. Na quinta vez que voltei lá, fui decidido a devolver o aparelho. Sabem a resposta?
- Não posso efetuar a devolução de imediato, sr.

Vou pular a parte da minha fala para evitar mais constrangimento. O fato é que tenho que aguardar uma resposta e estou com o quarto carregador que, é claro, não funciona.
Olha, eu até posso aceitar o fato de que todo o lote de carregadores desses caras esteja bichado, mas por que diabos, essas pessoas parecem simplesmente não se atentar para este fato? Ou por que jamais algum funcionário levantou a questão de efetuar um teste de voltagem no acendedor do meu carro? Ou alguma outra sugestão qualquer?
Só mesmo pagando o micão de dar um escândalo na loja para que alguém tome alguma providência. E olhe lá. Enquanto você tenta ser civilizado, um homem da era moderna, esse pessoal não te entende.

E aí um belo dia a secretária eletrônica fica afônica e as mensagens, quase inaudíveis. Levei à assistência Panasonic da Jurupis e solicitei um orçamento. Tentei prover o máximo de informações possíveis, disse que o problema era intermitente, que fora a rouquidão da secretária, todo o resto estava funcionando normalmente etc etc... O rapaz preencheu a ficha-padrão de orçamento e disse que me ligaria prá passar o preço. Disse também que, caso eu não aceitasse, havia uma taxa de R$ 10,00 sobre o orçamento.
"Isso é prática de mercado?", pensei. Mas também achei que o problema pudesse ser bem simples. Quando o rapaz me liga prá passar o preço:
- R$ 97,00.
- O quê?
- Vai ter que trocar o buzzer, a membrana do teclado, desoxidar as conexões, reparar a placa e refazer algumas trilhas.
- Tudo isso por causa da secretária que está falando baixo?
- Não. Isso tudo é no monofone. A sua secretária não tem nada.
- Mas eu não pedi orçamento para o monofone. Até porque ele estava funcionando! Eu pedi orçamento para a secretária.
- A secretária não tem nada.
Voltei até lá (numa das vezes que fui à assistência Vivo) e retirei o aparelho. Claro, não paguei a taxa do orçamento, até porque não teve orçamento. Quando cheguei em casa, todas as baterias do aparelho estavam arriadas. E a bateria do monofone não estava carregando mais. Ligo lá. Um dos caras me diz:
- Tenta resetar o fone, teclando as teclas do meio e depois colocando na base.
- What?
- Tecla 2-5-8-0 e põe na base.
- Ah, claro. Como não pensei nisso antes? Que cabeça a minha...