quinta-feira, junho 03, 2004

A verdade não está lá fora

Mais uma teoria formulada especialmente para o mano Daniel

Afinal, existe uma verdade?
É provável que sim, mas como sabê-la? Ou pior, se esta não for muito conveniente, como acreditar nela?

Todos nós cultivamos crenças ao longo da vida e assim vamos balizando os nossos princípios e a nossa visão de mundo. Um fenômeno interessante, no entanto, é que a mente humana tende a uma "acomodação" nesse sentido, ou seja, certos "registros", uma vez gravados, são difíceis de serem alterados, mesmo que existam provas cabais.

Um exemplo pífio, mas que serve como ilustração, é o filme MadMax III - Além da Cúpula do Trovão. Havia uma tribo de garotos perdidos que acreditavam que o Comandante Walker um dia voltaria em seu avião para resgatá-los e levá-los para a Cidade das Luzes. Em vez disso, apareceu o Mel Gibson, mas os garotos logo pensaram se tratar do Comandante Walker. Mesmo nessa condição de "Messias" da garotada, quando Max disse que não existia a tal Cidade das Luzes, alguns "fiéis" não acreditaram em sua palavra. Ou seja, a fé é mais forte do que o fato em si. Não que o MadMax fosse digno de confiança, obviamente, mas o Comandante Walker era, não era?

Isso me fez pensar nas pessoas que acreditam no retorno de Jesus à Terra. Mas e se o próprio Jesus em pessoa retornasse e dissesse alguma coisa diferente do que se espera dele, quantos realmente acreditariam em sua palavra?

E nos dias de hoje, em que tudo é impiedosamente escancarado na televisão (ou na internet), como separar o joio do trigo?
É preciso acreditar que, além do retorno de Jesus, ocorreria também algum fenômeno divino que iluminasse as pessoas, caso contrário, que espécie de acontecimento surpreendente seria necessário para convencer até mesmo ao religioso convicto?

Minha conclusão por ora é: cada um acredita naquilo que lhe é mais conveniente. E ai de quem tentar mudar isso.