terça-feira, setembro 23, 2003

Mais perdido que cachorro em dia de mudança
Escolhi esse título por puro embalo. Tantos comentários caninos aí embaixo, que eu não resisti. Mas também não é com despropósito, não senhor.

Semana passada mudei de casa. Até hoje ainda não havia passado por isso. Quando solteiro, morei sempre na mesma casa. Depois, juntei as escovas de dente e morei por quase sete anos em um apezinho na zona norte. Só que quando casamos, não dá para considerar “mudança” nesse sentido que quero falar....no sentido de contratar um caminhão de mudanças, sabe?. Porque geralmente quando as pessoas casam, elas simplesmente começam...Começam uma vida; começam uma estória; começam a juntar coisas (que vão lotar o caminhão depois...)

Dá para escrever muita coisa sobre esse lance de mudar de casa. Por hora vou apenas contar o que aconteceu ontem quando voltava para casa. A propósito, mudei da Zona Norte para Mooca (que é Zona Leste enrustida, como diz o R3x).

Apesar de conhecer um pouco dessas bandas da "Mooca, belo!", eu ainda não me locomovo muito bem por lá. Antigamente o fretado me deixava perto de casa. Agora tenho que pegar outro ônibus. Nos primeiros dias consegui carona, ontem não tive tanta sorte e resolvi tentar a mesma...

Peguei um ônibus que a tabuleta dizia que passava na Rua da Mooca, que é perto de casa. Só que o ônibus entrou em outra rua bem antes de onde eu pretendia descer (esqueci que essa rua é bem grande...). Bom, precisei andar uns vinte quarteirões até chegar em casa...

Ruas mal iluminadas, poucas pessoas fora das casas. Confesso que não foi a caminhada mais agradável que já fiz...E para completar o clima deprê, uma garotinha, na porta de uma dessas “vendas” (cada vez mais raras hoje em dia), estava tocando Asa Branca em uma flauta doce. O som daquela flauta ia longe por aquelas ruas quietas. Dava para ouvir uns dois quarteirões antes e uns dois depois de passar por ela. Ai, ai, ai...Não dava para tocar un "Smokey on the Water"? ou um "Spider Man" dos Ramones, naquela flautinha, não? Um negócio mais animado, sabe? Que absurdo...

Bom, já escrevemos muita vezes sobre mudanças no sentido genérico da palavra. E tenho comprovado ser verdade a máxima que diz: a mudança é a única coisa permanente na vida, porque o resto sempre muda. De qualquer maneira, depois de ter passado por tantas mudanças em poucos meses, acho que estou praticamente habituado. No começo é sempre um pouco mais difícil, mas sei que depois que aprendemos o caminho dos ônibus...é moleza.