quarta-feira, setembro 03, 2008

O mundo deu sete voltas pelo Sol desde que escrevemos...

O Renato escreveu em 08/09/2001:

Flores
Ontem fomos à feira de flores em Arujá e mais uma vez confirmou-se para mim o fascínio que as flores exercem nas pessoas.
É difícil, às vezes, desvendar a beleza numa obra de arte, mas com as flores não tem erro: pessoas de todas as idades se encantam sempre. Neste ponto, a natureza ainda tem muito a ensinar...


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Interessante que meu chefe comentou que havia ido nesta feira no final de semana passado... também voltou de lá deslumbrado. Parece que certas coisas não mudam...


Eu escrevi em 12/09/2001:

A Teoria do Coreano (ou A Maldição do Coreano)
Tempos atrás, estávamos fazendo a tradicional caminhada pós-almoço aqui em Down Town, quando me deparei com uma máscara em latex do Yoda (o mestre do Luke, no Star Wars) em uma loja de alguma das inúmeras galerias aqui do Centro. Eu gosto de Star Wars, o R3x também, mas o interesse na máscara era em presentear um amigo nosso, o Winny, que é realmente um grande fã da série. Essa máscara estava exposta na vitrine e sempre que passávamos por lá eu a via e pensava: “Pô, podia comprar essa máscara para o Winny...”.

Um dia, quando olhei, a máscara não estava mais lá, então resolvi entrar para perguntar:
- Há um tempo atrás havia uma máscara do Yoda aqui na vitrine – disse eu.
- Máscara de quem? Respondeu um senhor coreano com forte sotaque.
- Do Yoda, um ET esverdeado, careca e orelhudo.
- Hum...Deixa procurar.
Nessa altura, tinha certeza que não encontraria mais a bendita. Já estava com aquela sensação de ter perdido alguma coisa muita boa, de ter bobeado. Só que...
-É esta?
Era. Era ela mesmo. Só que vista de perto, tocada e examinada, não era. Não era como eu imaginava. A distância e pela vitrine, era bem mais legal...
-Quanto custa? Perguntei.
-Dez dinheiros – ele disse
Então, vendo minha feição pensativa. Sacando que eu não iria comprar, ele destilou sua teoria (ou maldição, ou praga mesmo):
-Brasileiro é assim: quando não tem, quer comprar e quando tem, não quer.
Levemente ofendido com o jeito que ele disse aquilo e para contrariar suas palavras, disse eu, friamente:
- Vou levar. Aceita cheque?
Então o coreano conseguiu me vender aquela máscara que provavelmente estava encalhada lá há séculos. Ele foi esperto. Usou a milenar técnica coreana de dizer: “Duvido que você compra.” ou: “Você não é homem de comprar essa máscara.”

Desde então, carrego esta sina: uma incrível dificuldade em comprar coisas. Se for sapato ou tênis, esquece, nunca tem meu número para o modelo que eu escolho. Se for gravata, funciona assim: se eu estiver passando despretenciosamente por uma loja e reparar em uma gravata legal, tenho que comprá-la nesse instante, porque se eu voltar para procurar depois, não vou encontrá-la mais.

De qualquer forma, o fato é: por mais difícil que seja admitir, o coreano tinha lá sua razão... Enquanto sabemos que algo está lá a nossa disposição, não damos muita bola, mas quando desaparece, temos aquela sensação ruim de aquilo era a melhor coisa do mundo e que agora... nunca mais.

Mas fazer o quê, brasileiro é assim mesmo....
Ps: Cuidado, essa mensagem é contagiosa. Se coisas deste tipo começarem a acontecer com você, pode xingar o tiozinho coreano.


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Hoje em dia, essas coisas ainda rolam comigo... mas quando acontece, eu já falo logo: "Deixa, deixa, eu nem queria mesmo..."