sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Diário de um futuro papai II
Ontem chegaram os móveis! Berço, cômoda, balcãozinho-trocador... Tudo ainda sem decoração, sem nenhum fru-fru... Tudo ainda vazio... Mas eu não conseguia sair do quarto. Tinha que dar um checada de 5 em 5 minutos.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

As aventuras de Johny X - Cap IV
Gilson era de cor parda. Um ralo bigode cobria seu lábio. Semblante quase sempre fechado, tinha cara de poucos amigos. E realmente eram bem poucos, os amigos daquele sujeito que só pensava em trabalhar (muito) para poder dar um futuro melhor que o seu próprio à sua filhinha Jéssica de dois anos. Normalmente era o primeiro a chegar e o último a sair naquela firma. Não hesitava em aceitar inclusive aqueles serviços que eram solicitados perto do horário de ir embora e que atrasavam ainda mais sua volta para casa. Atrasavam o seu encontro com a pequena Jéssica.

Naquele domingo de sol, quando tocaram a campaínha da sua casa, ele não acreditou no que viu. Parado em frente ao pequeno portão de sua casa, ninguém menos que o próprio Johny.

Na quinta-feira anterior, Johny havia tomado uma decisão: iria começar a se defender um modo um pouco mais ativo. ”Dizem que a melhor defesa é o ataque... de qualquer maneira, se eu não fizer isso, vou pirar.” pensava o jovem executivo. Estava cansado de todo aquele estresse, toda aquela tensão. Continuava fazendo itinerários diferentes em horários diferentes. E continuava com os nervos a flor da pele. Nesse dia, avisou a secretária que não estava se sentindo bem e que não trabalharia pelo menos na parte da manhã.

Tomou banho e desceu até a portaria do prédio.

_Tudo bem, Dalvair? Perguntou ele
_Tudo em paz, Seu Johny. Não recebeu a revista de novo essa semana?
_Não, tá tudo certo com a revista. Tenho recebido normalmente. Eu queria te perguntar uma outra coisa: Na terça-feira, colocaram de baixo da minha porta um envelope. Você sabe quem entregou?
_Quem aqui do prédio que entregou no seu apartamento?
_Não, eu quero saber de onde veio.
_Olha, Seu Johny, é provável que tenha sido entregue na parte da tarde, para o outro porteiro, o Josenir.
_E fica algum resgistro do que chega?
_ Só no caso de sedex, ou outra correspondência registrada.
_Sei... e que horas chega o Josenir?
_Ele entra as 12 horas.
Johny olhou seu Bullova, eram 9:30h. Teria que esperar. Pelo jeito também não trabalharia na parte da tarde.

Voltou ao apartamento. Abriu seu Notebook. Em uma página em branco do Word, começou a digitar tudo o que podia se lembrar, desde aquele primeiro contato telefônico. Foi anotando tudo: o que lembrava de concreto e literal e também algumas impressões mais subjetivas: “voz agressiva”; “gírias de marginal”; “tom de ameaça”;“traição”;“morte”.
“Morte”, será que era isso que o aguardava? “Se for, não vai ser de graça”, pensou. Foi juntando tudo na cabeça quando veio o estalo:
_Lógico! Esse cara não quer me matar. Primeiro, porque quem quer fazer alguma coisa não manda recado e segundo, porque ele sempre fala que “vão me pegar”. Esse tom agressivo me confundiu, mas definitivamente “esse aí” não quer me matar. Bom, mas quem quer, então?

Johny entendia cada vez menos. E aquela manhã de quinta simplesmente voou. O porteiro da tarde já deveria ter chegado. Johny desceu sem muitas expectativas. Explicou a história toda e o porteiro disse:
_Fui eu que recebi sim. Um motoqueiro entregou e pediu para deixar no seu apartamento com urgência. Até pedi para o Geraldo da faxina colocar embaixo da sua porta.
_Mas como era esse motoqueiro? Vc lembra o nome da empresa? Perguntou Johny, quase desesperado.
_Aí fica difícil, hein Seu Johny... Esses motoboy é tudo igual... macacão preto, capacete...
_ Josenir, eu preciso muito de qualquer pista que me ajude a saber de onde veio esse motoboy. Pensa com carinho, que vc garante sua cerveja no fim de semana.
_Que é isso, Seu Johny, é sempre com satisfação que a gente procura ajudar...
_Tá bom, eu agradeço e esse lembrar de alguma me avisa urgente, ok?
_Pode deixar.

Johny mal abria a porta do seu apartamento, voltando da conversa com o porteiro, quando tocou o interfone:
_Seu Johny, lembrei de uma coisa. Como ele parou com a moto aqui em frente, deve ter sido gravado pela câmera de circuíto interno. Eu liguei para o pessoal da segurança e eles vão me mandar a fita ainda na parte da tarde.
_Valeu Josenir, não vou esquecer da cerveja.
_Que é isso, seu Johny...

Rapaz, impressionante como as pessoas ficam eficientes quando estão “motivadas”...

Com o do advento do DVD, Johny pensou em se desfazer de seu “obsoleto” vídeo cassete, hi-fi de sete cabeças. Ainda bem que não o fez. A fita que recebeu do porteiro já estava no ponto certo. Nela um motoqueiro como outros milhares na cidade de São Paulo, descia da moto, conversava alguma coisa com o porteiro e deixava um envelope. Johny assistiu algumas vezes o trecho e nada. Nada que o ajudasse a ter alguma pista sobre o motoqueiro. Lembrou de alguns filmes americanos, onde era possível aumentar e movimentar a imagem com total nitidez... Pura ficção. Já estava quase desistindo quando bem no canto da tela, notou que aparecia um pedaço do baú da moto e um pedaço de número de telefone. Na verdade, estava faltando os últimos dois números. Bom, - pensou Johny – vai dar um trabalhinho, mas com um pouco de sorte, não vou demorar muito.

Depois de muitos “Desculpe, foi engano”, Johny conseguiu o que queria:
_Fast Service Entregas, boa tarde. Disse a recepcionista do outro lado da linha.
Ele levou um susto e desligou rapidamente. Fast Service era a empresa de entregas contratada da corretora onde trabalhava. Voltou para a fita, agora com outros olhos, tentando reconhecer o motoqueiro. O ângulo não favorecia... até que: “Bingo!!”, o capacete. Com certeza, já tinha visto antes aquele adesivo de caveira no capacete. Ligou para Rose na corretora.

_Oi, Rose tudo bem?
_Tudo. Você tá melhor?
_Melhor? Ah, tô sim o brigado. Deixa eu te perguntar uma coisa: Você conhece aqueles motoqueiros que prestam serviço prá gente?
_Conhece como?
_Sabe o nome, pelo menos?
_De alguns sim.
_Conhece um que tem uma figura de caveira no capacete.
_Ah, tá... um que parece que tá sempre bravo? Acho que o nome dele é...Gilson! Isso mesmo. O cara chama Gilson.

>> continua

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Diário de um futuro papai
Ontem cheguei em casa, olhei para o varal e lá estavam minúsculas peças de roupa do bebê que vem por aí. Macacõezinhos, bodies, camisetinhas menores que a palma da minha mão estendida... Foi a primeira vez que vi meu varal todinho tomado por essas roupinhas. Que sensação indescritível! Hoje de manhã, antes de sair de casa, não resisti. Tive que dar mais uma espiadinha no varal.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Série 'Dualidades' VIII
Todas as marcas de cervejam agora avisam "Beba com moderação". Mas será mesmo que elas investem tanto dinheiro em mídia prá te dizer prá não consumir muito o produto delas?

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Lógica Infantil V
Ontem a Cris fez sanduíche de peito de peru com requeijão e queijo branco. O Pedro também ganhou um sandubinha. Demos uma distraída e já estava ele brincando com o mesmo...
_Ah, Pedro, o que esse pedaço de peito de perú tá fazendo em cima do sofá??
_Tá descansando, ué!

Tempos modernos. Crianças turbinadas.
(não sei se já disse, mas atualmente ele está com dois anos)

Série 'Dualidades' VII
Hoje de manhã, aguardando o elevador no hall, vi um objeto estranho no chão, num cantinho perto da porta. Cheguei mais perto (os olhos ainda funcionando à meia-carga devido ao sono) e vi que era uma casca de banana.
Algum indivíduo, muito provavelmente não um símio, descascara a banana e, ao invés de se encarregar do despacho da casca, preferiu deixá-la ali no chão. Mas bem no cantinho, que é prá ninguém pisar (temos que ser conscientes, né?).
Fazendo uma analogia grosseira (com o cérebro ainda funcionando à meia-carga devido ao sono), pensei que se o caminho a ser percorrido pela humanidade na busca pela sua evolução fosse um daqueles jogos de tabuleiro, foi como se eu tivesse caído na casa "Volte para o começo".
Por que será que eu tenho a convicção de que se o meu vizinho fosse um chimpanzé, provavelmente, ele não teria deixado ali uma casca de banana?

terça-feira, fevereiro 10, 2004

As aventuras de Johny X - Cap III
_Telefone público em Diadema?? É claro... o cara não usaria um telefone que pudesse ser localizado – lamentava Johny, cada vez mais angustiado.

Ele realmente não sabia o que fazer. Estava totalmente desnorteado. Pensou em ligar para a polícia: “Mas vou dizer o quê? Que alguém me ligou avisando que vão me matar? E eles vão poder fazer o quê? Provavelmente dizer que foi trote. O que também é possível...”
Ficou pensando em quem teria mau-gosto suficiente para fazer uma “brincadeira” dessas. Ninguém lhe ocorria. Achava que mesmo os mais sacanas do departamento, que já haviam até providenciado telegramas falados com drag queens e outros trotes, não fariam uma coisa dessas. Mesmo eles... E depois, havia uma autenticidade naquela voz, uma quase raiva, que ator nenhum conseguiria interpretar. E ainda, o telefonema aconteceu no começo da manhã e agora o dia já estava acabando, é provável que se fosse uma “pegadinha”, o autor já tivesse aparecido para tirar uma da “cara pálida” dele.

Luca, seu melhor amigo, havia viajado para a Patagônia. Pensou em conversar com a sua mãe, mas não quis preocupá-la. Pela primeira vez em muito tempo, se sentiu sozinho. Alguém estava de olho nele e ele não sabia quem e nem porque. Se é que essas coisas precisavam de motivo...

Sete e meia, oito. Oito e meia da noite e ele ainda estava no escritório. Até o pessoal da faxina já havia ido embora e ele continuava lá, enrolando, com medo de voltar prá casa. Ficou pensando no que fazer. Decidiu mudar o caminho, para despistar. Depois, cogitou passar a noite em um hotel. “Pera lá, assim também já é demais.”

Respirou fundo, tomou coragem e decidiu ir para casa mesmo. Pegou o elevador e desceu até a garagem onde estava seu carro. Já passava das nove da noite e a garagem estava praticamente deserta e muito pouco iluminada. “Droga”, pensou. Viu seu carro solitário na outra ponta do estacionamento. Esperou um pouco, deu uma boa olhada em volta e disparou a correr. A sola de madeira do seu sapato ecoava pela garagem. Destravou a porta do carro a certa distância, abriu, jogou sua pasta no banco do passageiro e trancou as portas. Suspirou de alívio e de cansaço pela corrida. Seus níveis de adrenalina estavam quase baixando quando seu coração quase sai pela boca. Bateram no vidro do seu carro. “É agora”, ele pensou.
Mas não era. Gilmar, o zelador da garagem, “ouviu” a corrida de Johny e foi verificar se estava tudo bem. ‘”É que estou meio atrasado“, disse meio sem jeito. “Acho que estou é ficando paranóico”.

Mas por via das dúvidas, fez outro caminho. Dirigia com a respiração presa de tão tenso que estava. Olhava constantemente para os lados e não parou em nenhum sinal vermelho. Quando avistou, ao longe, o prédio em que morava, sentiu uma indizível felicidade. Como se aquele fosse o seu forte-apache onde estaria protegido.

Buzinou discretamente para o porteiro. Mais para chamar sua atenção do que propriamente para cumprimentá-lo. Outra garagem. Essa pelo menos estava iluminada. E a sua vaga ficava mais próxima ao elevador. Subiu. Destrancou a porta. Quando acendeu a luz notou um envelope no chão. Achou que fosse propaganda de alguma coisa, as pizzarias delivery faziam isso constantemente no prédio. Mas não era propaganda, nem de pizzaria, nem de algum político pedindo votos. Dentro do envelope havia uma carta, feita em computador e, pelos pequenos borrões, impressa em alguma antiga impressora jato de tinta. A carta dizia:

É, playbói vacilão, a casa vai cair prá você se você não ficar esperto. Nem sei porque tô te dando esse toque, porque otário que nem você tem que se fudê mesmo. Fica aí no seu mundinho, totalmente sem noção da real que é a vida da maioria das pessoa. Eu só tô perdendo meu tempo com você, seu mané, não é de pena, não... é que tem um lance que me faz o sangue subir mais que tudo na vida, que é trairagem. Vou te avisar de novo: se liga, seu bosta.

Johny sentou no seu sofá iraniano. Não tirou a gravata, nem os sapatos – sua primeira providência, sempre que chegava em casa – não buscou a garrafa do seu xará Johny Walker, nem ligou sua tv de plasma ou seu super aparelho de som. Ficou apenas sentado, imóvel, paralisado. Horas a fil pensando o que havia feito de errado para merecer aquilo.

continua >>

Ranking de Titãs
É ranking disso, ranking daquilo... tem ranking prá tudo na internet. Então, aproveitando o gancho de ter lido "A vida até parece uma festa", a biografia dos Titãs, segue o ranking dos titãs, por ordem de preferência, com comentários:

1 - Paulo Miklos
[tem muita gente que acha que ele tem cara de metido e arrogante, mas eu já achava o cara gente boa antes e no livro só vim a confirmar isso. Além do mais, acho que ele é, disparado, o melhor cantor.]

2 - Marcelo Fromer
[o elo agregador. dentre os seus múltiplos talentos, eu destacaria o para as relações humanas]

3 - Tony Belloto
[eu nunca tinha dado muita bola prá ele como guitarrista, mas agora tenho curtido]

4 - Charles Gavin
[toca muito, apesar de achar que não]

5 - Arnaldo Antunes
[suas letras ainda são insuperáveis]

6 - Branco Mello
[lóqui total, mas um grande batalhador da causa titânica]

7 - Nando Reis
[subestimou a força dos parceiros]

8 - Sérgio Britto
[acho que durante toda a trajetória da banda, foi o integrante que mais conseguiu imprimir a sua cara na banda, para o bem ou para o mal]

Série 'Dualidades' VI
Dizem que há muitos e muitos anos houve um forte período de chuvas e inundações e um homem construiu uma arca para salvar os animais.
Hoje, as chuvas voltaram, mas ao invés de salvar, tem algum retardado aí matando os bichos do zoo.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Comida, diversão e arte II
Já pensou se toda a produção industrial musical de repente parasse e tivéssemos que passar a viver apenas com as músicas já gravadas até hoje? Será que seria suficiente? Será que sentiríamos falta de coisas novas?

Vem aí a nova novela das 17h no Teoria... Não percam!

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Série ‘Dualidades’ V
o mesmo lugar que nos proporciona o pão
também fornece a prisão

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Viver em Sampa II
De manhã é a queimação.
De tarde, a inundação.
De noite, fico sem ação.

Viver em Sampa
Esses dias de chuva castigam ainda mais a já complicada vida na cidade.
Ontem levei quase três horas para chegar em casa. Tudo bem que comparado a outras pessoas, minha viagem foi luxo só. Como utilizo ônibus fretado, é mais uma questão de paciência mesmo. Se bem que eu desço do ônibus totalmente quebrado... Mas ainda sim, melhor que estar dirijindo, ou então sendo resgatado por helicóptero no meio da enxurrada.
O mais legal é que ouvi dizer que não está chovendo nos mananciais. Diante de toda esta chuvarada e transtorno eu me consolova pensando que os reservatórios de água estavam ficando repletos... Que nada, parece que as chances de racionamento de água em março são grandes....

Lari, lará...

terça-feira, fevereiro 03, 2004

As aventuras de Johny X - Cap II
O mercado estava calmo aquele dia. Na verdade, aquela semana. O dólar oscilando pouco, com tendência de baixa; o risco Brasil caindo e o índice Bovespa em alta conferiam ao adrenalizado trabalho de Johny uma calma incomum, quase monótona para ele. Mas não demorou muito para a calmaria se transformar em tempestade.
_Johny, você atende a três? Perguntou a secretária com voz estridente.
_Rose, você sabe que eu tô operando, agora não dá, né?
_Eu sei, mas o cara disse que é importante, tava meio nervoso.
_Mas quem é afinal? – se irritava ele, segurando dois telefones e com os olhos grudados no monitor.
_Ele não quis dizer.
_Ô, meu saco.... Cadê o Buzina? Fala prá ele continuar aqui prá mim.
_Demorô, Johny - Não se fez de rogado, o estagiário que apareceu do nada.

Jhony mudou para a pequena mesa redonda de reunião e fitou o aparelho por alguns instantes. O número três piscando... não soube porque, mas teve um pequeno frio na barriga.
_Alô – disse ele tentando demonstrar naturalidade.
_Prá quem tá perto de virar presunto, você tá bem sem-pressa, né, playboy? Disse a voz meio abafada do outro lado da linha.
_Quem tá falando?
_É... Senhor Johny... Vai pegar sua moto de bacana amanhã, depois vai naquela academia de bacana à noite... Tá bem na fita, né, pleiba?
_Quem tá falando? Não tô achando graça nenhuma.
_Se liga, mané, que tão querendo fazer a sua – e desligou o telefone.

Johny estava zonzo. Que estava acontecendo afinal? Olhando para o vazio da mesa, tentava se acalmar e por as idéias em ordem. “O cara me ameaçou, disse que eu vou virar presunto, mas não pediu nada...” refletia ele desesperadamente.
_Rose, tem como saber o número do telefone que me ligou agora pouco? gritou ele para a secretária.
_Vou ver com o pessoal da manutenção e te falo. Nossa, cê tá pálido. Tudo bem?
_Claro – disse ele tentando disfarçar – Vê se consegue o número prá mim, tá?
_Tá bom.

Pela sua mente passava um turbilhão de coisas: assalto, seqüestro, morte, dúvidas, “por que eu?”, tudo se agitava na sua mente. Então lembrou de algo nada animador. Não havia comentado com ninguém sobre a Harley. Não que ele não quisesse ter falado, mas realmente não teve oportunidade. E a conclusão mais óbvia era que havia alguém seguindo seus passos. E essa sensação de invasão e impotência era a coisa mais horrível que ele já havia sentido na vida.

_5555-1214 – disse Rose – Esse é o número que ligou para você. Quer dizer, não é que o número ligou para você, mas a pessoa... Cê entendeu, né?
_Não, eu não estou entendendo mais nada, Rose. Mais nada.

continua>>

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Comida, diversão e arte
Esse negócio de poder obter facilmente toda a obra de um determinado artista num único cd em mp3 é mesmo tentador... Mas é válido?
Já queimei muita pestana pensando sobre esse assunto. Será que a música pertence mesmo ao seu autor, ou é como dizia aquele personagem de Massimo Troisi em O Carteiro e o Poeta: "A poesia não pertence ao poeta, pertence a quem precisa dela."