sexta-feira, agosto 15, 2003

Ah, férias...
Pois é, amigos! De férias pelo Caribe, resolvi dar um pulo em Santo Domingo para curtir um pouco dos jogos Pan Americanos. Torcendo nas competições de atletismo, lembrei-me de outra passagem ridícula que tive pelo esporte...
Eu devia ter uns 13 anos, estava com outros garotos da escola no estádio municipal de Drack City. Não me lembro bem, mas acho que era uma competição de atletismo intermunicipal. Prá variar, nós havíamos ido sem nenhuma preparação, só no afã de participar. Coisa de jovem, como diria o Alex-J.
Disputamos algumas provas e eu estava ali de bobeira quando alguém chegou prá mim e disse:
- Réquis! Cê vai disputar a prova de 1.500m, belê?
E eu:
- Ãh?!
- É baba. Menos de 4 voltinhas na pista... só prá participar mesmo...
- Ãh?!!
- Vai começar daqui a pouco. Pode ir prá pista, já dei o seu nome.
- Ãh?!!!
Quando vi, já estava ali no grid, posicionado com os outros garotos.
"Quatro voltas!", pensei. Acho que jamais tinha corrido essa distância na vida até então.
Um tiro seco para o ar e largamos. Nos primeiros dez metros, já senti que não ia aguentar o ritmo imposto, resolvi seguir no meu próprio passo e dar "aquele" sprint final e surpreender a todos.
Acontece que o primeiro pelotão sumiu do meu campo de visão, bem como o segundo e o terceiro também...
Depois de um tempo, na verdade, meu campo de visão se resumia a um pedacinho de pista logo a minha frente, pois eu mal conseguia erguer a cabeça. A pulsação já martelava forte dentro dela, o sol escaldante castigava...
Já tinha perdido a conta de quanto já havia corrido quando ouço uma algazarra da torcida. Totalmente alheio ao que acontecia, só percebi que o barulho era porque o primeiro pelotão acabara de me passar um chapéu, ou seja, uma volta de diferença (numa prova de quatro... ai...). Logo depois passaram os outros garotos.
"Não vou desistir", pensei. Afinal, a única dignidade que me restava era ao menos terminar a prova, mesmo com 80% do meu corpo pedindo prá parar e deitar ali mesmo.
Não estou bem certo, mas acho que todos terminaram a prova e eu ainda tive que correr mais 400m sozinho na pista. O público passou a torcer por mim. Ou ao menos para que eu terminasse logo para que as outras provas pudessem ter sequência.
O final foi dramático. Cheguei em condições piores do que aquela maratonista suíça nas Olimpíadas de Los Angeles. Totalmente patético. Cruzei a linha e meio-passo depois estava estirado no chão. E ali permaneci pelos próximos 15 minutos. Um pouco diferente do que aconteceu em Santo Domingo.

sexta-feira, agosto 08, 2003

Tchaaaau...
Férias no Teoria...
A partir de segunda, Mano R3x e eu estaremos em férias...Podem ficar com inveja, tudo bem.
Escrever, agora só de calção Elite e chinelo Havainas rabiscado de caneta...
Sinceramente não vou prometer muitos posts de casa...Porque eu não gosto muito de ligar o computador no lar doce lar. Mas de vez em quando eu prometo entrar aqui para pelo menos tirar o pó das palavras...
Dia 01/09 tô na área de novo...e o R3x, como é muito mais burguês, volta 10 dias depois que eu.
Abração para todos os nossos oito leitores e até mais!!

quarta-feira, agosto 06, 2003

O iluminado - II
Segunda sessão de regressão para tentar entender o episódio da iluminação...

"Inside / outside / she's living la vida loca..." - Ricky Martin cantava alto, mas Tio Barnabé parecia não se importar. Continuávamos em nossa peregrinação pelo espaço-tempo-continuum a fim de conhecer os segredos do universo. Tio Barnabé queria me mostrar um certo filme que me daria a tal onisciência, mais ou menos como aconteceu com Connor MacLeod no primeiro Highlander.
- É aqui, fio! Chegamo!
Ao final de suas palavras, o ofuscante clarão se desfez e eu me vi num ambiente fechado. O lugar me pareceu familiar.
- Isso aqui é um Cinemark? Nós viemos assistir ao filme num Cinemark?
- Isso tudo tá na sua cabeça, fio! Eu falei di vê o firme e ocê já pensou nesse lugar. Por mim, podia ser no Cine Marabá mesmo! Hic, hic, hic...
Ah, pensei, isso aqui é como a viagem de Jodie Foster em "Contato"... as coisas estão dentro da minha cabeça... são os meus próprios referenciais...
- É isso memo, fio!
- O sr. também lê o meu pensamento?!
- Hic, hic, hic! Mas aqui é tudo pensamento, uai! Até quando nóis fala, é só pensamento! - me respondeu Tio Barnabé sem mover os lábios.
É mesmo. Que cabeça a minha! Afinal de contas, eu ainda estou pedalando na aula de spinning... não posso me esquecer disso... senão é capaz de eu ficar aqui prá sempre. Falando nisso, como será que eu vou voltar?
- Ara, num esquenta a cabeça, não. Quando acabar o firme, nóis vorta.
Tio Barnabé começou a conectar uns plugues na minha bike e me disse para não parar de pedalar.
- Quer dizer que é a bike que vai movimentar o projetor? Se eu parar de pedalar pode queimar o filme?
- Nos dois sentido. Queima o firme aqui e com as garotas da sua aula. E com professora também! Hic, hic, hic...
Só o que me faltava era um Tio Barnabé irônico, pensei bem baixinho prá ele não ouvir...
A tela se ilumina... entra aquela vinheta padrão de filme com os números... 5... 4... 3... 2... 1... Será que vai ter trailler também? Será que vai ter aquela horrível vinheta das normas de segurança?


continua...

terça-feira, agosto 05, 2003

O iluminado
Com toda a polêmica levantada sobre a minha suposta onisciência adquirida em uma sessão de spinning, um analista amigo meu me recomendou uma regressão astral. Ouça uns trechos da gravação:

Entre uma respiração e outra, ouço o zunido das engrenagens... A pulsação já pode ser ouvida no interior da cabeça sem dificuldade. Meu olhar é baixo. À frente, a roda reluzente gira e manda pela tangente as gotas de suor que caem sobre ela. Um movimento que me remete à roda d'água de um jardim japonês. Sinto a paz, apesar do som alto nas caixas... "Acelera!" é o comando da professora... mas os pedais já estão em velocidade máxima.
As primeiras fagulhas pipocam como flashes. A luz da sala está apagada, mas tudo vai ficando cada vez mais claro e ofuscante. Estou com os olhos apertados, mas é como se eu não tivesse pálpebras, a luz penetra pelos poros. Já não vejo mais as pessoas ao meu redor, o chão ou as paredes... tudo o que existe agora sou só eu, a bike flutuando no espaço, o som das engrenagens e o pulsar na minha cabeça... Nesse momento, bate um sentimento de solidão e eu desejo profundamente a companhia de um amigo para continuar essa jornada pelo desconhecido. Alguém em que eu pudesse confiar plenamente. De repente, uma silhueta aparece em meio ao clarão. Tento reconhecê-lo... parece ser um homem negro. Será o Morpheus de Matrix? Seria um bom companheiro numa viagem dessas. Mas ele está usando um chapéu de palha! E bengala! E suas risadas parecem soluços...
- Hic, hic, hic! Oi, fio!
- Espera aí, o sr. é o Tio Barnabé do primeiro Sítio do Picapau! O que o sr. está fazendo aqui?
- Ué, fio? Ocê não me chamou? Não queria arguém em quem pudesse confiar?
- É... tá certo, eu sempre confiei no sr. O sr. sempre soube proteger a todos das maldades do Saci e da Cuca. O sr. vai me acompanhar?
- Vô, sim, fio. Vô te apresentá as coisa aqui e as pessoa. Óia, tá chegando um...
Um outro vulto surge no clarão. Meu coração treme só de pensar na possibilidade...
- Tio Barnabé, este é... Deus?!...
- Hic, hic, hic! Não, fio! Este é o Lombardi do SBT. Ocê num queria vê a cara dele?
Ufa! Ainda bem! Não tinha achado a cara de Deus muito agradável mesmo. Cumprimentamo-nos, ele faz algum comentário com aquela voz peculiar e depois Tio Barnabé retomou:
- Bom, agora que já arresorvemo essas pendência ispirituar, vâmo vê o firme.
- Filme? Que filme?
- Uai, o firme da história humana. Ocê vai sabê tudo o que aconteceu até hoje. E um pouquinho do futuro também.
- Mas por que eu? Eu sou o escolhido? Tipo o Keanu Reeves?
- Quê?! Hic, hic, hic... Não, fio! É só porque ocê tá fazendo spinning.


continua...

segunda-feira, agosto 04, 2003

Sonhos
Já comentamos algumas vezes aqui sobre os sonhos. Até já contei aqui o sonho que tive com o King. Acontece que com todo esse luxo radioso de sensações que foi rever o Black Jack, e com todos esses dias que passei ouvindo o cd do Stray Cats no carro, um dia desses eu sonhei com Brian Setzer.
O sonho já tinha sido bem movimentado, várias coisas loucas já tinham acontecido e de repente eu estava entrando em um shopping junto com o sr. Setzer. Tudo o que me lembro é que perguntei a ele, em ótimo inglês (uma das vantagens do sonho) sobre uma dúvida na letra de "I Won't Stand In Your Way", já que tinha pesquisado na internet e encontrado várias versões diferentes.
Especifiquei prá ele a parte duvidosa, mas bem quando ele ia me responder, deu uma vacilada. Acho que nessa hora deu um branco na cabeça dele e até mesmo ele ficou na dúvida entre "something shines / in your eyes / something hurts deep inside" ou "something shines / in your eyes / something stirs deep inside"... Aí ele disse que não ia responder a essa questão e, parecendo um pouco irritado, me pediu que ouvisse a música. Apesar de isso soar meio rude, não me importei... afinal, era o homem. Então entramos em uma loja, não sei se de cd's ou uma livraria, mas já estava quase na hora de fechar e eles tinham retirado todos os produtos das prateleiras. Havia somente pilhas e pilhas de "promos" (aqueles disquinhos promocionais feitos de acetato) nos mais variados formatos. E eram de graça. Passamos então pelas pilhas recolhendo. Eu pegava logo três de cada, pois queria levar para alguns amigos. Brian pegou os dele e foi embora.

E foi só isso. Numa próxima vez eu conto sobre quando sonhei que estava numa história em quadrinhos do Pato Donald falada (escrita) em espanhol.

sexta-feira, agosto 01, 2003

Teoria do Gráfico de Geléia – a revisão
Há muito tempo escrevi sobre esta minha teoria. Lendo o antigo post novamente, cheguei a conclusão que pelo menos para mim, a geléia não está com o prazo de validade vencido. Mas o post está um pouco embolorado (mal escrito mesmo)...é que naquela época, nossos padrões de qualidade não eram assim tão rigorosos. Afinal, tínhamos apenas dois leitores: eu e o R3x...

Essa teoria nasceu em uma mesa de café da manhã, enquanto comia uma torrada com geléia de morango. Era pouca torrada para muita geléia, então a toalha de mesa acabou ficando um pouco mais doce...

Enquanto observava aquele ponto de geléia vermelha na toalha, que era estampada com umas linhas, tive essa iluminação (talvez causada pelo excesso de açúcar no sangue...). Imaginem o ponto zero de um gráfico apenas com o eixo “x”(para quem cabulou essa aula, é o horizontal...) Esse ponto zero é uma bolinha vermelha, sabor morango. A direita do zero estão os números positivos e a sua esquerda os negativos.

Pois bem, vamos atribuir aos eventos de nossas vidas notas positivas ou negativas segundo a relação estresse/prazer. Os números positivos são os ligados ao prazer ou coisas boas e os negativos aos eventos chatos. Isso vale para coisas importantes da vida e também para as bobinhas. Vamos começar com um exemplo bobinho: Colocar o lixo para fora. É chatinho, né? Não é o fim do mundo, mas se não precisasse ser feito, até que seria uma boa. Então vou dar nota –2 para esse evento. Agora, se por um milagre tecnológico qualquer, eu não precisasse mais fazer isso, eu não daria nota +2 para o evento. No máximo +1,5. E só nos primeiros dias, porque depois, tenderia a zero.

Outro exemplo, cursei pós-graduação por dois anos e meio. Era muito cansativo. Pilhas de livros técnicos para ler, muito trabalho para fazer, sem falar que era bem carinho. Nota: -7. Não via a hora de acabar. Mas acabou. Pensam que a minha vida virou um grande +7?? Nada disso, no máximo um +4 e como no outro exemplo, com o passar do tempo vai tendendo a zero. Por que isso acontece? Por que o negativo nos afeta muito mais que o positivo?

Se fizermos o caminho inverso, o resultado também é o mesmo. Querem ver? Peguem um evento positivo qualquer, por exemplo: o fato de ter muitas opções de restaurante para ir na hora do almoço. Nota: +2 tá de bom tamanho. Agora mude para uma situação sem opções. –5!!

Por que será que isso acontece? Seu Comment é muito bem-vindo.