terça-feira, setembro 30, 2003

Tem dias em que era melhor não ter saído da cama
Conhecem aquela expressão "tem dias em que era melhor não ter saído da cama"?
Pois, é. Tem dias em que era melhor não ter saído da cama.

segunda-feira, setembro 29, 2003

O Carniceiro de Nuremberg - Mito ou realidade? - II
Em resposta ao comment da querida Sara Lee, aqui vão mais alguns esclarecimentos:

Prezada Sara, pelo visto vc enxerga longe! De fato, tudo o que vc citou tem procedência, mas eu faria algumas correções.

A técnica de palitamento do globo ocular serve para remover quaisquer objetos indesejáveis e não apenas ciscos. Mas segundo Claudia Matarazzo, é um pouco grosseiro realizar esse ato à mesa.

Quanto à extração de globos oculares, sim, ela pode ser feita com um prosaico abridor de latas enferrujado. Por que não? Hoje em dia, no entanto, dr. CL prefere utilizar a moderna técnica da alavanca. Pode ser executada facilmente, inclusive com palitos de sorvete.

Quanto à calcinha rosa por baixo da roupa verde, sim, é verdade. Médicos judeus que se vendem à causa nazista enxergam nesse objeto uma fonte de sorte e de forte apelo sexual.

O Carniceiro de Nuremberg - Mito ou realidade?
A carreira do dr. CL, o Carniceiro de Nuremberg, desperta a curiosidade e a imaginação de milhares de pessoas ainda hoje. Médico oftalmologista judeu que ofereceu seus conhecimentos aos nazistas, CL realizou milhares de experiências genéticas em prisioneiros dos campos de concentração durante a segunda guerra mundial. Muito também se especula sobre CL, cuja biografia já inspirou diversas obras da literatura e do cinema. Mas, teriam mesmo um fundo de verdade todas as lendas já surgidas sobre o Carniceiro de Nuremberg? Vamos ver...

Mito: O dr. CL, em 1942, usava um colar feito de globos oculares humanos que havia retirado em experiências.
Realidade: Foi só a partir de 1943 que ele começou a usar aquele colar.

Mito: O dr. CL realizou experiências de coloração da íris com pigmento extraído do Césio 137.
Realidade: Os pigmentos utilizados por CL eram baseados em Azul de Metileno, pois a substância inibe a proliferação de fungos.

Mito: O dr. CL oferecia churrascos aos militares nazistas, onde a especiaria mais apreciada eram os clássicos espetinhos de olhos castanhos claros ao molho de manga.
Realidade: Germânicos têm baixa tolerância à digestão da manga.

Mito: O dr. CL realizava cirurgias de correção de miopia utilizando apenas um garfo.
Realidade: O garfo era utilizado ainda nas cirurgias de catarata e glaucoma.

sexta-feira, setembro 26, 2003

Pet Sematary
A Magda contou, nos comments do post "Histórias caninas", sobre o triste fim de Karenina.
Agora ela me disse que a Karenina será cremada, mas terá, antes, um velório com direito a caixão, velas e flores para as despedidas finais. Nada mais justo. Karenina era uma ótima... husky.

quinta-feira, setembro 25, 2003

Coca. Gelo e limão?
Fala a verdade, toda a vez que alguém pede uma Coca, vêm sempre as perguntas: Light ou normal? Com gelo e limão?
Até aí tudo bem. Se antes vc tinha só Coca-Cola, agora vc tem pelo menos 8 combinações diferentes à sua disposição. O problema é que eu tenho constatado que os garçons têm ignorado a resposta à segunda pergunta.
- Gelo e limão?
- Não, só a Coca.
E quando chega, tá lá aquele copão com 6 pedras de gelo e uma rodelinha. Eu já não reclamo mais. Se o garçon acha que eu estou precisando de vitamina C, vou aceitar de bom grado, como se fosse um conselho de amigo.

ps: post sugerido por Alex-j, que sempre presencia esse mico comigo.

quarta-feira, setembro 24, 2003

Os fingidos
A minha deusa do rock'n'roll chama-se Chrissie Hynde.
Sua voz perfeita e inabalável preencheu todo o enorme ambiente, me envolveu, me abraçou e me embalou. Não sem antes me arrepiar muitas e muitas vezes. E diante de tão indefectível versão de "Back on the chain gang", minha vontade não era outra senão ajoelhar e agradecer.

terça-feira, setembro 23, 2003

Mais perdido que cachorro em dia de mudança
Escolhi esse título por puro embalo. Tantos comentários caninos aí embaixo, que eu não resisti. Mas também não é com despropósito, não senhor.

Semana passada mudei de casa. Até hoje ainda não havia passado por isso. Quando solteiro, morei sempre na mesma casa. Depois, juntei as escovas de dente e morei por quase sete anos em um apezinho na zona norte. Só que quando casamos, não dá para considerar “mudança” nesse sentido que quero falar....no sentido de contratar um caminhão de mudanças, sabe?. Porque geralmente quando as pessoas casam, elas simplesmente começam...Começam uma vida; começam uma estória; começam a juntar coisas (que vão lotar o caminhão depois...)

Dá para escrever muita coisa sobre esse lance de mudar de casa. Por hora vou apenas contar o que aconteceu ontem quando voltava para casa. A propósito, mudei da Zona Norte para Mooca (que é Zona Leste enrustida, como diz o R3x).

Apesar de conhecer um pouco dessas bandas da "Mooca, belo!", eu ainda não me locomovo muito bem por lá. Antigamente o fretado me deixava perto de casa. Agora tenho que pegar outro ônibus. Nos primeiros dias consegui carona, ontem não tive tanta sorte e resolvi tentar a mesma...

Peguei um ônibus que a tabuleta dizia que passava na Rua da Mooca, que é perto de casa. Só que o ônibus entrou em outra rua bem antes de onde eu pretendia descer (esqueci que essa rua é bem grande...). Bom, precisei andar uns vinte quarteirões até chegar em casa...

Ruas mal iluminadas, poucas pessoas fora das casas. Confesso que não foi a caminhada mais agradável que já fiz...E para completar o clima deprê, uma garotinha, na porta de uma dessas “vendas” (cada vez mais raras hoje em dia), estava tocando Asa Branca em uma flauta doce. O som daquela flauta ia longe por aquelas ruas quietas. Dava para ouvir uns dois quarteirões antes e uns dois depois de passar por ela. Ai, ai, ai...Não dava para tocar un "Smokey on the Water"? ou um "Spider Man" dos Ramones, naquela flautinha, não? Um negócio mais animado, sabe? Que absurdo...

Bom, já escrevemos muita vezes sobre mudanças no sentido genérico da palavra. E tenho comprovado ser verdade a máxima que diz: a mudança é a única coisa permanente na vida, porque o resto sempre muda. De qualquer maneira, depois de ter passado por tantas mudanças em poucos meses, acho que estou praticamente habituado. No começo é sempre um pouco mais difícil, mas sei que depois que aprendemos o caminho dos ônibus...é moleza.

segunda-feira, setembro 22, 2003

Já é primavera? - II
Cabelos presos em coques, nucas à vista... agora só falta o aroma de "Laguna" de Salvador Dali no ar...

Já é primavera?
Oficialmente não. Mas repare no colorido dos vestidos, no ar mais alegre das pessoas, na força do sol furando as nuvens... ao menos o espírito primaveril já chegou.

ps: post baseado em comentário de Alex-J.

sexta-feira, setembro 19, 2003

Post pós-férias perdido
Não consigo perder a mania de todos os anos, durante as férias, tentar o mesmo inútil exercício: alcançar o mesmo estado mental de tranquilidade das férias dos meus tempos de criança.
Sim, eu sei que é ridículo, mas acreditem: todos os anos eu faço isso.
Este ano, cheguei ao cúmulo de ir a um sebo no centro de São Paulo para procurar as revistas em quadrinhos que eu lia naquele tempo. Comprei um pacote de "Riquinho", "Tininha", "Bolota" e "Brotoeja"... mas, é claro, não funcionou.

Já discuti sobre isso várias vezes com o Alex-J, do quanto é perigoso e pode se tornar decepcionante esse negócio de tentar "remeter a emoções passadas"... mas deve ser um vício. Ou um saudosismo exacerbado que vai crescendo proporcionalmente à idade.

Tenho uma lembrança recorrente do tempo em que eu ficava em casa, durante à tarde, sem nada prá fazer... me lembro de estar sentado no quintal, com as costas contra a parede, devorando um pedaço de pão sovado lambuzado com mostarda e lendo quadrinhos. Hoje, esse quintal me parece tão menor!

Aí fica uma impressão, durante os primeiros dias, que eu não vou conseguir aproveitar plenamente os dias de folga para me desconectar de todas as preocupações. Preocupações essas, que simplesmente não existiam naquele tempo. Aí é covardia, né?
Mas a solução está sempre diante do meu nariz e eu levo um tempinho pra perceber. Basta mudar um pouco de ares, sair um pouquinho de casa (eu adoro ficar em casa), dar um pulo em Drack e pronto. Cérebro novamente novo em folha. Ou quase.

quinta-feira, setembro 18, 2003

Blegs, Blogs, Bligs
Pensando sobre a trajetória do Teoria nesses quase dois anos, a primeira coisa que me salta à mente, é como este blog é cheio de fases. Quem tiver paciência de consultar o arquivo, verá que muitas delas foram de vazio mesmo. Meses inteiros sem um único post, refletindo talvez, a falta de tempo ou a falta de vontade, ou de inspiração, quem sabe...Também já escrevemos muito sobre "mudanças", sobre filmes, bandas, cultura e bobagens pop em geral. Já escrevemos sobre nós mesmos, tentando rir um pouco das pequenas tragicomédias pessoais.
Por exemplo, os últimos posts parecem estar menos engraçadinhos. Ou meio tristes, como disse a Magda, sobre o e-mail dos cachorros estrupiados.
Fato marcante (e muito legal!) nos últimos meses, tem sido a participação de outras pessoas nos abençoados comentários. Menção honrosa à Gordinha e ao Whisky...
E isso muda tudo...

Bom, a minha conclusão é que o blog, enquanto diário digital, exprime sim, o momento em que vivem os blogueiros: as vezes mais animados, as vezes mais bem humorados, as vezes meio caidões, as vezes meio sumidos...Porém, com a interação ativa de outras pessoas, ele não reflete mais apenas um pouco do que vai na cabeça e na alma de quem escreve o post, mas sim, na de todos nós que formamos essa comunidade. Singela, pequena...eu sei, mas uma comunidade sim. Valeu por vocês estarem aí.

Histórias caninas
A Magda achou triste esse email que eu escrevi prá ela e, como um sinal, ela respondeu: "que triste esse post"...
Como a tônica deste blog deveria ser despertar um sentimento, seja ele qual for, então coloco aqui alguns trechos prá compartilhar com vcs.

"...morreu o rottweiler da minha tia de Santo André. O cachorro era enorme, parecia um gorila de tão forte, mas teve um câncer na boca que se manifestou rápido... ele ficou cego e teve que ser sacrificado.
A minha prima comprou um filhote de Pitbull, mas logo o bichinho ficou doente e ela devolveu. Aí ela pegou um filhote de Labrador, que também ficou doente, mas a dona não quis aceitar devolução. Complicado esse esquema de adotar um cachorro, né?"


"Quando eu estava em Dracena, vi um Pitbull de três pernas. Ele não tinha nem o cotoquinho da perna, acho que foi removida cirurgicamente, não dava prá ver nem a cicatriz. Fiquei pensando como o coitadinho fazia prá fazer xixi, visto que a perna faltante era dianteira."

"A Helena está bem. Ela agora é mãe... de um bassê. O nome dela é Princesa!" (Será que a Helena está se sentindo uma rainha?)

"A Princesa é um salsichinha, mas do jeito que a Helena puxa as orelhas e aperta a cabeça, logo, logo, ela vai virar um boni." (boni = bassê hound, na linguagem da Magda)

"Trágico mesmo era o vira-lata do meu ex-técnico que tinha três patas, era cego e não tinha um olfato muito bom. Mesmo assim, ele ainda dava no couro e deu pelo menos umas duas crias..."

quarta-feira, setembro 17, 2003

”Nas ruas é que eu me sinto bem
Ponho meu capote e está tudo bem/ Vejo pessoas...”

É começo de noite e o tempo está frio e úmido. Eu e uma mini multidão aguardamos o sinal de pedestres esverdear para atravessarmos a Consolação rumo à Maria Antonia. Percebo que a mini multidão é formada basicamente por estudantes do Mackenzie. Bolsas, muchilas, bonés, óculos, cabelos com gel, sorrisos. Percebo uma estudante usando boina e óculos de armação preta e grossa, carregando alguns livros e uma revista estrangeira. Está fazendo pose de intelectual, pensei.
Sigo pela Maria Antonia. Mais estudantes: cabeludos; carecas; de piercing; de gravata; risadas; beijos na boca. O clima de faculdade me agarra, não quero mais sair dessa rua. Deus, como eu gosto desta atmosfera. Preciso pensar melhor nisso.
Continuo observando as pessoas que passam em direção contrária. Quero descobrir quem são. Começo a encará-las. Todas desviam o olhar. Até que...

Uma garota não desvia, parecendo me desafiar com os olhos. Será que ela já estava me observando? Ela não é bonita. Não consigo identificar se é estudante ou como eu, de passagem. Também não consigo estimar sua idade. Sem diminuir o ritmo das passadas ela passa por mim lentamente, em slow motion. Encarando, desafiando. Querendo olhar dentro de mim. Fico tentado a olhar para trás depois que ela passa, mas não olho. Apenas sigo andando, agora descendo a Dona Veridiana em direção ao Largo Santa Cecília. Uma fina garoa começa a cair.

Nas ruas ninguém mais me percebe. Mas olhando para cima, vejo uma silhueta na janela de um apartamento. Acho que é uma pessoa de idade. Não sei se é homem ou mulher, mas sinto que ela está ali olhando as pessoas passarem. Pode ser que ela tenha me visto olhando em sua direção. Mas isso não importa.

Continuo andando.

Não me sinto mais sozinho.

Beatles for life
Bastante óbvio, mas funciona.
Existe pelo menos uma música dos Beatles para cada sentimento, cada momento, especial ou não, grande ou pequeno. Depende de vc, vivê-los com ou sem uma boa trilha sonora. Veja algumas sugestões:

Saudades: Two of us
Acordando cedo: I'm only sleeping
Dias de chuva: Rain
Dias de sol: Here Comes the Sun
Carente: A little help from my friends
Cobrando alguém: Taxman
A perigo: Help!
Acertando os ponteiros: We can work it out
Sentindo o tempo chegar: When I'm sixty-four
Enfiando o pé na jaca: Twist and shout
Sentindo-se traído: You can't do that
De partida: Magical Mystery Tour
Vacilão: I'm a loser
Saudosista: In my life
Triste: Let it be
Apaixonado: And I love her
Incompreendido: The fool on the hill

E por aí vai...
Mas isso é só um exemplo. Crie sua própria lista e mande prá cá.

ps: Inspirado pelo personagem Spit do grande André Takeda, farei do livro "Beatles - Letras e Canções", o meu oráculo. Em qualquer situação, basta abrir o livro em qualquer página e ver o que os deuses do rock reservaram prá vc.

terça-feira, setembro 16, 2003

O iluminado - III
Vocês devem estar lembrados. Para entender melhor o processo da minha iluminação durante uma sessão de spinning, recorri a um amigo analista, que recomendou uma regressão. Aí vai a fita da terceira sessão...

O filme começa. Ainda bem que não teve traillers e nem a vinheta de segurança... mas teve o logo da Warner no início. Tio Barnabé me explicou que aquele logo foi por minha conta. São novamente as referências particulares entrando em cena.
Primeira cena: cena de espaço. Parece "Star Wars"... ou "2001"...
- Ocê tem que libertar a mente, fio! Ocê não tá deixando a sabedoria entrar...
Entendi o recado. Eu estou meio ansioso e estou criando bloqueios mentais com referências passadas. Mas o filme começa no espaço mesmo. Ele mostra o surgimento do Universo... as galáxias... os planetas... até chegar ao nosso planeta. Até aqui, parece mais um documentário do Discovery Channel.
Tio Barnabé volta com um Combo Mega, mas é difícil comer pipoca e tomar coca pedalando.
Vejo a vida surgindo na Terra... os dinossauros... Até que o Spielberg não errou muito na aparência desses bichos.
A evolução das espécies... Hum... interessante... Ah, foi isso então?
O surgimento do primeiro homem... ué, não foi Adão? Certo... beleza... Legal...
E assim segue pelo próximo milhão de anos...
Aí entram as civilizações... confesso que vai me dando um sono... Não é exatamente nenhum filme do Peter Jackson... olho para Tio Barnabé, que já está roncando alto... provavelmente ele deve ter assistido a este filme milhares de vezes.
A certa altura, pensei comigo: "esse filme é toda a história do Universo, não vai acabar nunca!"
E o pior de tudo: eram as minhas pedaladas que geravam a energia ao projetor. Mas por que isso? Será que tem problema de apagão aqui no espaço-tempo-continuum?
Pô, se eu não consigo responder nem a isso, como é que eu vou obter a onisciência?
E Tio Barnabé só roncava...


continua...

segunda-feira, setembro 15, 2003

Malditos DVD's
Uma semana curtindo filmes no DVD e... algumas considerações:
Não há dúvida, a qualidade da imagem e do som são estimulantes. E a quantidade de inusitados títulos, principalmente musicais, também são uma grande tentação.
Mas e aqueles malditos menus de navegação e configuração? Não são um saco? E aquelas mensagens de pirataria e propaganda que vc não pode avançar? Não é o cúmulo da opressão?
O DVD, prá mim, trouxe essa dualidade: conceitos altamente avançados e outros altamente obsoletos convivendo juntos no mesmo aparelho.

"O Cão Andaluz" - II
Devido a toda polêmica gerada pelo episódio anterior, achei que caberia aqui uma pequena biografia não-autorizada do "Carniceiro de Nuremberg", o médico oftalmologista que me operou "dois-palito" durante as minhas férias. Aí vai...

"O jovem CL demonstrava grande inclinação para a medicina desde muito cedo. Aos 3 anos de idade, já gostava de dissecar pequenos insetos em seu quintal. Judeu nascido na Alemanha, CL passaria pelos horrores do Holocausto de maneira bastante peculiar...
Ao formar-se em medicina em Frankfurt, CL especializou-se em oftalmologia, mas jamais abandonou as pesquisas na área genética.
Certa vez, recebeu em sua casa um agente da Gestapo, que solicitou seus serviços no Hospital Militar de Hamburgo. Lá, ele recebeu a proposta de poder continuar com suas experiências, podendo realizá-las livremente em prisioneiros judeus. Sem escrúpulos e com total frieza, aceitou sem pensar duas vezes. Graças a essa oportunidade, poderia realizar a tão sonhada experiência de injetar corantes na íris para alterar a sua tonalidade.
Passados alguns anos, seguiu como o médico-chefe para o campo de concentração de Aushwitz, onde testou seus métodos em mais de 12.000 prisioneiros. Não conseguiu, no entanto, sucesso no método para tentar a cura da miopia. Seu método consistia em inserir uma navalha perpendicularmente ao globo ocular até a metade do seu diâmetro. A miopia e outros desvios desapareciam por completo, bem como a visão do paciente.
Após o término da guerra, já sob a alcunha de "Carniceiro de Nuremberg", CL refugiou-se - vejam vocês como são as coisas(!) - no Brasil. Instalou um consultório de oftalmologia em São Paulo e virou um médico de celebridades."

quinta-feira, setembro 11, 2003

"O Cão Andaluz"
Quem já viu uma famosa cena desse filme já deve adivinhar do que eu estou falando... sim, eu fiz a cirurgia de miopia durante as minhas férias! E, assim como na citada cena, eu também entrei literalmente na faca.

O famoso e consagrado cirurgião que realizou em mim o procedimento, que doravante irei denominar carinhosamente de o "Carniceiro de Nuremberg", estava um tanto atrasado naquela fatídica tarde de 18 de agosto. Ele teve de interromper a série de "cirurgias-5 minutos" que realizava para atender um caso de emergência. Isso atrasou todas as próximas cirurgias em pelo menos duas horas. Ao retornar, vendo aquela imensa fila de ceguetas no corredor, não hesitou: "Eu vou limpar essa cambada é já!" e já foi puxando o primeiro da fila para a sala.

Exatos 75 segundos depois, ele saía tentando tapar a luz do corredor com as mãos. "Próximo!", gritaram lá de dentro.
Um outro rapaz entrou e saiu em 45 segundos, mas pelo que eu percebi, ele só fez um dos olhos. Aí entrou mais um... e mais um... e chegou a minha vez.
Quando entrei na sala, ainda pude ver o paciente anterior se levantando da mesa de cirurgia. Deitei-me e nenhuma palavra me foi dirigida. Eu sabia, por instruções prévias, que eu devia tentar me manter tranquilo e fitar um ponto vermelho de luz. Mas o ritmo foi tão frenético que eu sinceramente não tive tempo sequer para pensar. Mal me deitei, e mãos fortes pingaram uns colírios nos meus olhos e limparam o excesso com um papel de maneira bem indelicada. Feito isso, fui encapuzado e mal conseguia ver o tal do ponto vermelho. Logo, o Carniceiro de Nuremberg me aplicou um aparelho tipo "Laranja Mecânica" que mantinha o olho obrigatoriamente escancarado. Tudo em questão de segundos, como num pitstop de Fórmula 1. Tudo escureceu, senti uma pressão no olho direito. Depois a luz voltou. Pude ver a membrana da córnea sendo levantada. Uns barulhinhos e... "Foi!"
Mudaram o capuz de posição e prepararam o olho esquerdo. Botaram o "Laranja Mecânica", tudo escureceu, uma pressão no olho e... "Não ficou bom", disse o Carniceiro em voz baixa...

Meu sangue gelou. O pequeno corte ficara irregular e, por isso, impossibilitara a continuidade do procedimento.
Resultado: a vista do lado direito ficou boa, a do esquerdo ficou toda fragmentada durante um tempo... agora até que melhorou. Para terminar o procedimento no olho esquerdo, tenho que aguardar pelo menos 3 meses pela cicatrização do corte.
Tá. E enquanto isso? Enquanto isso, espera!

quarta-feira, setembro 10, 2003

Back to work... - II
Bem, amigos do Teoria, decorridos os 30 dias mais rápidos do ano, eis que retorna este humilde interlocutor de suas merecidas férias.
Olha, é duro voltar.
Já tinha me esquecido como era triste levantar com o dia ainda escuro. Ainda mais que, lendo o "Cem dias entre céu e mar" do Amyr Klink que o Alex-J me emprestou - onde ele narra várias vezes que acordava com tudo escuro e ia tateando até acender uma pequena vela - eu cheguei a pensar que nem era tão ruim assim. Ledo engano. Talvez no meio do oceano Atlântico até que seja legal, mas em São Paulo, acordando para trabalhar, defitivamente, não.
E também tem o lance que todo mundo vem te receber na maior boa vontade (pelo menos eu acho) e é de bom tom dizer que você está ótimo, plenamente descansado e reestabelecido, quando na verdade a minha vontade era de dizer: "Olha, fisicamente estou bem, mas por dentro estou arrasado!"

segunda-feira, setembro 01, 2003

Back to work...
Vou contar uma novidade: Essa vida de férias não é ruim, não, viu?... Só é ruim mesmo quando termina.
Pelo menos estou de volta aqui no blog. Confesso que tentei acessar de casa algumas vezes e não consegui, depois desencanei mesmo. Agora estou aqui arrumando a gaveta e limpando a caixa de e-mail... Me preparando para mais doze meses...
A luta continua!