sexta-feira, agosto 17, 2007

Ashton, o homem sem medo - II

Nota do autor: "Ao bloquear o grandalhão do time adversário no penúltimo ponto do set, Ashton simbolizou o combate pessoal entre o Rei Leônidas e o Rei Xerxes, o gigante persa, na Batalha das Termópilas. Ashton pode ser considerado o Davi da era moderna, que enfrentou com bravura, embora em franca condição de desvantagem, o gigante Golias.
E que os filhos dos filhos dos nossos filhos conheçam a história de Ashton e saibam enfrentar com coragem e dignidade toda e qualquer condição adversa."

quinta-feira, agosto 16, 2007

Ashton, o homem sem medo

Nem sempre temos a oportunidade de saber como as lendas nascem, mas dessa vez, tive sorte de presenciar esse fato.

Nós estávamos jogando vôlei, em busca da nossa dose semanal de endorfina, quase sempre às terças-feiras, após o trabalho.

Apesar de jogarmos em quadra, ainda imperam as regras do tempo em que jogávamos no meio da rua, com rede feita de sacos de cebola. No street-volei, as regras são:

1 - A primeira não roda.
2 - Quem ganha, fica. Quem perde sai para a entrada do "próximo".
3 - Os sets são de 15 pontos.
Por fim, a mais polêmica das regras:
4 - Quem ganha a última, ganha todas.

Por isso, já próximo do final do horário, a disputa do derradeiro set era a mais acirrada de todas, mesmo com o meu time tendo vencido os 29 sets anteriores e permanecido em quadra durante quase 3 horas seguidas, graças à ajuda de dois grandalhões que apareceram por lá.

O Ashton estava jogando no time adversário e o set estava pau-a-pau, equilibradíssimo.

Nós estávamos vencendo por 13x12, a bola sobrou para Ashton, que atacou contra um paredão formado pelos grandalhões. A bola explodiu no bloqueio e saiu por poucos centímetros. O time comemorou como se fosse o ponto do jogo. Na torcida, alguns comentavam: "esse cara não afina, não..."

O time formou uma rodinha e um dos caras orientou:

- O bloqueio deles é alto... vamos com calma... vamos tentar colocar ao invés de bater...

Mas Ashton não se intimidou.

13x13. O time de Ashton saca, eu recepciono e a bola é levantada para o nosso melhor atacante. Ele salta e ataca com força, mas a bola pára no bloqueio de Ashton, sozinho, e volta direto para o chão da nossa quadra. A torcida vibrou: "ó u caaaara!!!!"...

Com o placar em 13x14, a bola é novamente levantada para Ashton na saída de rede. Um bloqueio duplo se armou e Ashton partiu em direção à bola... alguém do time dele ainda gritou: "não bate! não bate!". Mas Ashton não sentiu medo, seu cérebro agora trabalhava em ritmo acelerado e tudo em volta parecia estar em slow-motion... ele saltou e golpeou a bola com violência... e a bola explodiu no chão da quadra adversária... fim de jogo.

A torcida explodiu. Os gritos ensandecidos elegiam Ashton o herói da partida.

E assim nasceu a lenda de Ashton, o homem sem medo. Por gerações e gerações esta história irá inspirar a todos que lutam por uma causa.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Jailton - Do outro lado da vida - Epílogo

No capítulo anterior, os alunos conseguiram obter a senha de acesso aos sistemas da Microxox, deixada por Jailton.
O problema era encontrar um modo de acessar um terminal dentro da Microxox.

AlunoMau: - Putz! Acho que a apresentação pro MEC tá começando agora... o vírus vai entrar em ação, nosso curso vai ser aprovado, mas os alunos vão virar todos zumbis...
Menina Moça: - Hahahaha!!! Os alunos não vão virar zumbis... vão apenas... virar fantoches...
mr.clean: - Ah, que alívio, Menina Moça... Galera, pelo menos nós estamos sabendo de tudo. Não acessem mais nenhum computador da rede! E avisem o máximo de pessoas que conseguirem!
Ula!Ula!Ula!: - O duro vai ser convencer alguém dessa história loka...
AlunoMau: - E a Microxox? Como vamos fazer prá chegar lá, entrar e ainda por cima, zuar todo o sistema? O bagulho deve ser uma fortaleza... a gente nunca vai conseguir... vou lá na secretaria me informar sobre o curso de gastronomia...
Menina Moça: - Espera, Aluno. Temos um aliado dentro da Microxox... o único problema é que ele está sendo mantido em coma profundo... pensando bem, acho que vou na secretaria com vc...

Neste momento, irrompe na sala o coordenador Sidney Poitier... ele estava eufórico.

Sidney Poitier: - Queridos alunos, é com grande satisfação que venho informar-lhes em primeira mão, que o nosso curso foi aprovado pelo MEC com louvor! E não é só isso, a comissão julgadora derreteu-se em elogios à excelente coordenação que, modéstia à parte, tenho exercido desde que assumi.

Sidney terminou seu pronunciamento esperando por aplausos, mas ao invés disso, seguiu-se um silêncio constrangedor...
AlunoMau e Ula!Ula!Ula! entreolharam-se e não tiveram dúvidas: avançaram para cima do coordenador, dominando-o.


AlunoMau: - Jailton!! Aparece, cara!! Precisamos falar com vc!!
Sidney: - Podem esquecer, seus moleques!! Vcs nunca conseguirão falar com Jailton outra vez!! Eu não deixarei!! Vcs não conseguirão estragar tudo o que eu conquistei para a UAM!! Seus ingratos!! Tudo o que eu fiz foi por vcs!!!
AlunoMau: - Cala a boca, Sidney! A parada aqui é grave. Os alunos vão virar zumbis e o mundo inteiro vai ser dominado, meu!

Ao ouvir as palavras de AlunoMau, a feição de Sidney se alterou de exaltado para surpreso, mas depois mergulhou em uma profunda calma...

Sidney: - Até que vcs não são tão burros quanto eu imaginei... conseguiram descobrir todo o plano... a grande ironia é que vcs o descobriram através de mim e da minha mediunidade...
Menina Moça: - Então vc sabia de tudo o tempo todo... vc está envolvido com a Microxox!
Sidney: - Minha filha, eu sou a Microxox! Eu sou o Arquiteto dessa Matrix chamada UAM!!
Huahuahuahuahuahua!!!!!!!!!!!... (risada satânica de gênio do mal maluco)


As risadas foram interrompidas por um som de passos pesados invadindo a sala...

Fedidão: - Obrigado, Sidney! Isso é tudo o que precisávamos saber. Rapazes, podem levá-lo!! E leiam os direitos dele...
Policial: - Senhor Sidney Poitier! O senhor está preso! O senhor tem o direito de permanecer em silêncio, se quiser abrir mão desse direito, tudo o que disser poderá e será usado contra o senhor no tribunal. O senhor também tem direito a um advogado, se não puder pagar por um, o Estado lhe providenciará um... blá, blá, blá...

Pelo menos uma dúzia de agentes federais conduziram Sidney, algemado, para uma van preta, sem identificação de polícia.
Mais tarde, na secretaria da faculdade...

Menina Moça: - Professor! Quer dizer que o senhor é, na verdade, um agente infiltrado?!
Fedidão: - Isso mesmo. Já estamos rastreando o Sidney há bastante tempo. Aliás, o seu verdadeiro nome é Bill Gades...
AlunoMau: - Bill Gates?!!...
Fedidão: Não, Bill Gades... com dê de dado...
AlunoMau: - Ah...
Menina Moça: - Mas e o vírus que infectou a faculdade? E o Jailton?!
Fedidão: - Já estamos cuidando de tudo... a rede da UAM será completamente re-instalada... e o Jailton já foi resgatado da sede da Microxox que ficava no subsolo do Shopping Iguatemy...
AlunoMau: - Era lá que ele estava quando sumiu...
Fedidão: - Bem, meninos, quero agradecer pela ajuda. O Governo Federal tem uma dívida com vcs...
AlunoMau: - É mesmo?!! Então eu já sei como cobrar: vamos pedir para o MEC aprovar o nosso curso!
Fedidão: - Sinto muito, garoto, mas isso não será possível. Quando os avaliadores saíram do transe hipnótico e vistoriaram a grade curricular, vetaram veementemente o curso de vcs... não posso fazer nada...
AlunoMau: - Ahhhhhh!!!!! Que droga! Nem depois de toda essa treta, meu diploma vai valer alguma coisa!!

Constrangido, o agente Fedidão se despediu e saiu de fininho...

Menina Moça: - Aluno... já que estamos aqui na secretaria, vou pedir informações sobre o curso de gastronomia... vamos?...
AlunoMau: - Mas, Menina Moça, eu não sei nem fritar um ovo...
Menina Moça: - E?...
AlunoMau: - Vambora! Tô dentro! Huahuahuahuahuahua!!!!!!!!!!...

FIM


Obrigado a todos (especialmente ao Nito) que tiveram saco de ler tudo isso. Demorou, mas acabou. Ou não...

quinta-feira, agosto 09, 2007

Histórias quase reais - Jimmy Page em Pirapora

Em agosto de 2001, fomos tocar em Salto de Pirapora e um fato surpreendente aconteceu. Veja só:

À certa altura do show, quando iniciava os acordes de "I Saw Her Standing There", vi uma figura que adentrava o local timidamente. O local estava uma zona, a galera pulava feito louca e alguns mais afoitos começavam a subir no palco e fazer stage diving. Voltei a fitar o estranho. Ele tinha um cigarro pendurado na boca e os olhos meio fechados por causa da fumaça. Ficou um pouquinho ali parado perto da porta, depois começou a andar... Tinha as mãos nos bolsos e
uma postura levemente arqueada. Tinha os cabelos compridos e já aparentava uma certa idade... Num instante, achei-o parecido com o Jimmy Page, que idéia!

"Jimmy Page em Salto de Pirapora?!", pensava enquanto fazia o backing vocal do Paul.

A galera continuava pulando... Mas, aos poucos, enquanto ele ia se aproximando, as pessoas iam parando para vê-lo e ficavam paralisadas, incrédulas. O silêncio foi ficando tão perturbador que quase tivemos que parar a música no meio e, ao final, os aplausos foram apenas de dois ou três que ainda não tinham se ligado no que ocorria. Pelo burburinho que subia reverberando pelo clube, dava prá identificar as palavras "Page", "Zeppelin", "Stairway to Heaven" e algumas coisas assim...

No palco, estávamos todos estáticos. Olhei para o Giba que estava paralisado com os olhos esbugalhados. O Alemão, o baixista, parecia que ia cair em prantos ali mesmo.

"Será possível?", pensei. Ele continuava caminhando lentamente em direção ao palco.

Comecei a conjecturar: "Jimmy Page é casado com brasileira, não é? Eu já tinha ouvido falar que ele morava no Brasil... Aqui em Salto tem uma igreja que pratica o Santo Daime, será que tem alguma coisa a ver com isso? Meu, por que ele tá vindo na minha direção?"

Ele continuava em passos lentos...

"Putz, o cara vai subir prá tocar com a gente?"

Foi em direção à pequena escada que dava no palco...

"Ele não trouxe guitarra? Quem vai emprestar uma guitarra prá ele?"

Ele se aproximou...

"O quê, logo eu?! Mas aí eu não vou tocar? Não, não, pede prá outro, pô!", gritava eu em pensamento.

Ele já estava à minha frente com um meio-sorriso e aquele meio-cigarro pendurados na boca, os olhos miúdos...

"Porra, Jimmy, logo eu, cara?"

- Oi... hi, Jimmy! Tu-tudo bem, cara?
- Tôdo pêim..., respondeu ele em português tosco.
- Pe-pega minha guitarra... (porra, cara, vc é o guitarrista do Led Zeppelin e nem traz sua própria guitarra?) ... é de um braço só, não tem problema?

Ele nem respondeu, pegou a minha guitarra, testou uns acordes e o Batata, espertíssimo, começou a puxar "Rock´n´Roll" na batera...

A galera veio abaixo e eu também: Jimmy Page tocando no mesmo palco que eu, com a minha banda, e eu sem guitarra...

O Giba cantou essa música tão bem que acho que o próprio Jimmy ficou impressionado. Alemão tocou como nunca e o Batata, nem preciso falar, realizou o sonho de todos os bateristas. Ao final, ele só sorriu, tirou a guitarra e desceu. A galera, óbvio, ficou implorando por mais, gritando todos os nomes de músicas do Zeppelin que se possa imaginar. Mas ele, calmamente, só sorriu a todos e saiu... E eu fiquei ali segurando a guitarra que Jimmy Page havia acabado de tocar. O suor de seus dedos ainda nas cordas... Caiu a casa prá mim: quem iria querer me ver tocar depois disso?

quarta-feira, agosto 08, 2007

Histórias reais (ok, mais ou menos reais) - Paul in Rio

Nas festividades do Pessach, a Páscoa dos judeus, fui com minha família até Fort Lauderdale, na Flórida. Na volta para o Brasil, compramos as passagens e meus pais resolveram que minha avó iria de primeira classe. Todo o restante da família foi na classe econômica.

O avião era enorme, tinha dois andares e estava muito movimentado. Um vai-e-vem danado.

Antes de decolarmos, meu pai me pediu para ir até a primeira classe para ver se minha avó estava bem. Minha irmã foi comigo. Chegando à escada (a primeira classe ficava no segundo andar), fomos barrados pela aeromoça. Dissemos que íamos ver nossa avó e então ela liberou. Chegando lá, avistamos minha avó

A primeira classe era bem mais espaçosa e tranqüila do que o setor onde estávamos. Só então notei que no corredor bem ao lado do da minha avó estava o Paul McCartney! Ao seu lado estava a Linda e atrás, seus filhos! Mais ao fundo devia ser toda a banda que participava da tournée que se dirigia ao Rio de Janeiro.

Eu tinha só 12 anos na época e nem sabia que o Paul ia cantar no Brasil. Ficamos muito excitados, mas disfarçadamente, cochichávamos para a minha avó:

- Vó, é o Paul McCartney!
- Quem? - perguntou ela.
- O Paul McCartney, vó! Dos Beatles!
- Ah, é mesmo! Até que ele é parecido...

Resolvemos falar com ele e minha irmã, que tinha um inglês melhor que o meu na época, foi na frente. Nesse instante, o Danny Laine, guitarrista dos Wings, estava passando pelo corredor e, vendo que íamos abordar o Paul, tentou nos impedir:

- Hey, kids! Don´t disturb him now, ok? - ele tinha pedido que não incomodássemos o Paul, mas o beatle interferiu:

- Deixe os garotos, Danny. No problem...

Minha irmã só conseguiu falar umas bobagens do tipo "Você é o Paul McCartney, né?", "Que legal!", "Você está indo pro Rio?", "Podemos tirar uma foto?", "Dá um autógrafo?". Ele deu o autógrafo, mas pediu que não tirássemos fotos naquela hora, pois estavam todos "com cara de sono".

Durante a viagem, ficamos subindo e descendo toda hora com a desculpa de ver minha avó, mas na verdade, queríamos ficar ali ouvindo a conversa deles.

Quando chegamos ao Rio, havia uma multidão esperando no aeroporto. Aproveitamos aqueles últimos instantes para tirar fotos, que infelizmente queimaram. Ao chegarmos a São Paulo, vimos anúncios e matérias do show na televisão. Meu pai então sugeriu que voltássemos ao Rio e fôssemos ao show. Fomos naquele mesmo dia, sem ingresso nem nada.

Quando chegamos ao Maracanã, o show já tinha começado e, por isso, conseguimos ingressos a preços razoáveis com um cambista. Entramos, mas só conseguimos ficar nos últimos lugares. Assistimos ao show, vendo o Paul bem pequenininho e, às vezes, no telão. Ninguém imaginava que 24 horas antes, nós estávamos cara-a-cara, eu e o Paul McCartney!

terça-feira, agosto 07, 2007

Histórias reais - Salvando John Petrucci da morte

Quando morei em Boston, tive a oportunidade de assistir a um workshop do John Petrucci numa loja de instrumentos muito famosa. Havia muitos fãs do Dream Theater e as perguntas só giravam em torno de bobagens como "Quando será a próxima tourné?" Quase nenhuma pergunta sobre guitarra... No final, ele disse:

- Agora vamos ver quem conhece mesmo o Dream Theater. Quem responder a essa pergunta vai ganhar uma camiseta: quais foram as gravações instrumentais do Dream Theater até hoje?

Um gaiato no meio da multidão levantou o braço e gritou quatro ou cinco nomes de música.
John Petrucci sorriu, jogou uma camiseta prá ele e aplaudiu. Eu não sabia ao certo quais eram as gravações instrumentais do Dream Theater, mas sabia que "Eve", que saiu num single no Japão, era instrumental e não estava na relação do cara. Levantei o braço e dei um berro:

- Faltou uma! Eve! Saiu num single no Japão!

John Petrucci fez uma cara de pensativo, coçou o cavanhaque e falou:

- Tem razão! Nossa, eu tinha até me esquecido dessa!

A galera me aplaudiu. Ele se virou prá pegar uma outra camiseta, mas ficou meio surpreso, não tinha mais nenhuma na caixa. Ele sorriu meio sem jeito:

- I´m sorry, pal! Não tenho mais camisetas aqui.

A galera começou a gritar, me defendendo. Eu merecia uma camiseta, mas também ninguém queria tirar a que o outro cara tinha ganhado. John Petrucci, numa saia justa, procurou alguma coisa prá me dar. Tirou a correia da sua guitarra e jogou prá mim. A platéia delirou. Voltei prá casa com o dia ganho. Tava louco prá botar aquela correia na minha guitarra.

Examinando mais tarde a correia na minha casa, percebi que tinha uma gravação na parte interna do couro: "to daddy with love. Kit".

"Meu Deus", pensei. Acho que o cara não se ligou e me deu uma coisa que não deveria ter dado. Passei dias e dias com aquele super dilema: devolver ou não devolver a correia prá ele? Sei lá, talvez ele me desse outra... mas aquela devia ter um valor muito maior! Tinha sido dada a ele pela sua filhinha pequena. Minha consciência não aguentou e voltei à loja. Contei a história ao dono, que se prontificou a entrar em contato com John e pegou meu telefone. No dia seguinte, John Petrucci me ligou, disse que realmente havia sido um engano, pois ele tinha duas correias iguais e havia me dado a errada. Perguntou-me se poderia vir até minha casa prá trocar. Eu disse que sim, mas achei que ele apenas ia mandar alguém. Naquele mesmo dia ele compareceu em pessoa à minha casa, entrou e ainda aceitou um café. O cara foi muito gente boa comigo, conversamos um pouco e além da correia, ele me deu umas palhetas personalizadas, uma camiseta e uns CD´s. E pude fazer prá ele algumas perguntas que não tinha conseguido fazer no workshop.

- Se minha esposa e minha baby descobrissem que fiz isso, elas me matariam - disse ele - você salvou a minha vida.

E foi embora.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Jailton - Do outro lado da vida - Cap. XII

No capítulo anterior, os alunos não conseguiram obter todas as informações de Jailton para evitar que o vírus da Microxox System entrasse em funcionamento.
Na noite seguinte, por volta das 18h30, AlunoMau foi em busca de Alan. A classe toda estava reunida com ele e eles já estavam a par das novidades.

AlunoMau: - E aí, galera? Conseguiram alguma coisa?
Menina Moça: - O Alan tá tentando ver se consegue parar o programa, mas tá muito complicado. Além disso, aqui na UAM os micros estão todos zoados...
AlunoMau: - Galera! Pensando bem... por que a gente não deixa primeiro os caras do MEC aprovarem o curso e depois a gente vê o que faz?... Afinal de contas, não vai adiantar nada esse esforço se o meu diploma não servir prá nada. Vamos deixar esse vírus rodar!
Alan: - Não sei, não, galera...
mr.clean: - Eu concordo com o Aluno!
Alan: - Não sei, não, galera...
Menina Moça: - É meio arriscado. Pode ser que a gente não consiga fazer mais nada depois...
Alan: - Galera, não vai dar prá controlar o programa... se ele rodar, vai rodar por inteiro e começar a controlar as pessoas.
AlunoMau: - Peraí, gente! Vamos nos concentrar na parada da senha que o Jailton falou! Ele disse que tentou mandar essa senha prá gente!
R3x: - E essa senha serve prá quê, Aluno?
AlunoMau: - Com ela, a gente entra no sistema da Microxox e zua tudo! Pronto, tá resolvido! Deixem o vírus prá lá e vamos nos concentrar na senha... ele disse que se a gente juntasse todas as notas da prova numa seqüência lógica, teríamos a senha!... Alan, o que é uma seqüência lógica?...
Alan: - Um algoritmo. Mas pode ser qualquer um...
Menina Moça: - O Jailton também não ia criar um negócio absurdo... no fundo, ele tentou nos passar essa senha... deve ser alguma coisa que a gente conheça...
Ula!Ula!Ula!: - Que a gente conheça?!... bom, Java é que não é...
Alan: - Eu vou colocar as notas no computador e faço algumas simulações... enquanto isso, tentem pensar no que vcs e o Jailton poderiam ter em comum.
Menina Moça: - Esse é o problema... a gente não tem nada em comum com ele...

Quase duas horas depois, sem muita esperança de conseguir desvendar a senha e tentar parar os planos da Microxox, os alunos já consideravam abandonar o curso e esquecer essa história de desenvolvimento de sites... já estavam até combinando fazer juntos o curso de gastronomia, quando Alan interrompeu num grito:

Alan: - Eu sabia!
AlunoMau: - Conseguiu?!
Alan: - Analisei o código daquele primeeeeeiro algoritmo que ele mandou prá dar as notas... joguei todas as notas de volta lá dentro e ele me devolveu isso: 5245866.
AlunoMau: - 5245866?!... esse número não me diz nada...
Alan: - Dá uma olhada no teclado do seu celular... essas teclas correspondem às letras J-A-I-L-T-O-N... agora eu tenho certeza que é isso que estávamos buscando.
AlunoMau: - Cara, vc é um gênio! Agora a gente invade o sistema da Microxox, zua tudo, eles se ferram e, de quebra, o nosso curso ainda é aprovado no MEC!! Huahua!!! Nem eu imaginei que isso pudesse acabar tão bem!
Alan: - Peralá, Aluno... temos a senha, mas a gente vai invadir o sistema da Microxox como?! Seria preciso acessar um terminal interno...
AlunoMau: - Ai, caralho! Tâmo fudido de novo!... Nem sabemos onde fica essa porra de Microxox...
Menina Moça: - Calma, Aluno... nós conhecemos alguém que sabe...

continua nos próximos posts...

quinta-feira, agosto 02, 2007

Histórias reais - Todos os Lados

Cadú e Cláudia se conhecem e namoram desde o colegial, no Radial. Certa vez, bem no dia do aniversário de namoro eles brigaram feio, por besteira. Era um sábado e eles tinham há muito tempo planejado passar esse dia no litoral, mas com a briga, tudo foi cancelado. Cadú, muito chateado, resolveu dar um rolê na Galeria do Rock prá procurar uns CD´s e se distrair um pouco.

Quando passava com seu carro pela Av. Ipiranga, no caminho para a Galeria, um menino de rua atravessou correndo a avenida. Cadú deu uma brecada feia e, atrás dele, um Peugeot 206 parou a 10 cm do seu carro. Mas um Corsa que vinha atrás do Peugeot não conseguiu brecar e bateu com tudo na traseira do importado, que bateu na traseira do Gol de Cadú. Com o impacto, Cadú bateu a nuca no protetor do banco e saiu do carro ainda meio tonto. O motorista do Peugeot também saiu do carro visivelmente irritado: era o Dinho do Capital Inicial. Ele olhou para Cadú sem dizer nada e voltou-se para o motorista do Corsa. Era Cláudia, que também muito chateada com a briga, se distraiu e não conseguiu brecar a tempo. Quando se viram, Cadú e Cláudia não conseguiram conter as lágrimas e correram um em direção ao outro. Se abraçaram demoradamente bem em frente ao Dinho, que não entendeu nada.

Depois de tudo explicado, foram ver os estragos, principalmente no Peugeot de Dinho, que ficou amassado na frente e atrás. Mas Dinho ficou tão surpreso com a história que, após acertarem os detalhes do seguro, presenteou os dois com ingressos para seu show que seria naquela mesma noite. Era 21 de março de 2000, o dia em que o Capital gravou o Acústico para a MTV no Teatro Mars. Quem assistir a esse video, pode ver Cadú e Cláudia na segunda fila do lado direito. A Cláudia está usando uma blusa azul clarinha e o Cadú está de camiseta preta. E os dois quase não prestam atenção ao show. Ficam se beijando o tempo todo...

quarta-feira, agosto 01, 2007

Histórias reais

Início da década de 90. Stanley* e Malta* trabalhavam juntos em uma grande instituição financeira. Tomavam um café juntos após o almoço, quando Stanley interrompeu:

- Preciso ir. Ainda tenho que passar na agência prá pagar uma conta.

Malta não respondeu. Ao invés disso, fitou o infinito e franziu o cenho. Stanley congelou o passo:

- Que foi? Falei alguma coisa errada?
- Cara... - iniciou Malta pausadamente - ...e se as pessoas não precisassem mais ir à agência prá pagar suas contas?...
- Tá loko? Como é que eu vou pagar uma conta sem ir à agência? Só se eu mandar o boy no meu lugar.

Malta puxou um guardanapo e uma caneta. Começou a esboçar um fluxograma rústico.

- Imagina só se vc pudesse comandar a sua conta do banco pela internet... vc poderia emitir ordens de pagamento direto no computador!
- Internet?... na Internet só tem páginas de museus... apresentações em Power Point um pouco melhoradas... e demora prá burro... como é que vc faria prá acessar o sistema do banco? - indagou Stanley.
- Então... fiz um esqueminha aqui... seria mais ou menos assim...

* Os nomes são fictícios, mas a história não. E assim nascia um dos mais importantes Internet Banking do nosso país.