quarta-feira, dezembro 31, 2003

Adeus Ano Velho... Feliz Ano Novo...
Bem, amigos do Teoria... Mais um ano que se encerra e gostaríamos de agradecer a todos pela audiência, pelo carinho e pela atenção dispensados a essas mal traçadas linhas.
Muito obrigado, velhos e novos amigos!!
E em 2004, muitas novidades nos aguardam!

Um abração!!

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Post Novela – Cap XII
Quando Clara abriu a porta da sala do diretor, o carinha quase caiu da cadeira de susto.
_Veio ver as fotos de novo? Perguntou Clara meio sem jeito.
_É... – respondeu ele sem olhar para ela. Como sabia que eu estava aqui?
_Eu não sabia... Olha, acho que a gente precisa conversar.
_Conversar?? Sobre o quê? Sobre sua prova substitutiva da semana passada? Disse ele cheio de rancor, destruindo alguns clipes sobre a mesa.
_Eu errei. A culpa é toda minha.
_Sabe, Clara, eu jamais mentiria prá você.
_As pessoas são diferentes.
_Tá querendo dizer que você é mentirosa?
_Não, apenas que na hora fui fraca e não consegui dizer a verdade. Naquele momento me pareceu a coisa certa. Não queria te magoar.
_Parece que deu certo...
_Não debocha. Eu apenas não queria...
_Fazer amor comigo e inventou essa desculpa - Interrompeu ele.
_Será que eu posso falar? Ou você vai ficar a noite inteira destilando rancor?
_Não me conformo de você ter mentido para mim. Se não queria, era só dizer. Se acha que ainda não é hora, era só me dizer. Se você não tá mais a fim, era só me dizer. Mas mentir?? – E o carinha ia se empolgando na argumentação, se inflamando. Dizem que a raiva é combustível da própria raiva.
_Eu já disse que agi mal.- disse Clara calmamente - Pensando em não te magoar, magoei mais ainda. Mas pense comigo e responda sinceramente: se eu te dissesse que não queria fazer amor naquele momento, iria mesmo ser “tudo bem” para você?

Ele ficou desconcertado com a pergunta. Sabia onde ela queria chegar. Se por um motivo mais ou menos plausível, que depois se mostrou falso, ele havia ficado a beira do coma alcoólico, o que teria acontecido se ela tivesse dito um “não” com todas as letras? Ele tentou balbuciar alguma resposta, mas Clara alcançou sua boca antes, beijando-o demorada e ardentemente. Ele a puxou para seu colo e de novo a ebulição de hormônios. Um frenesi de abraços, mãos, apertos, línguas e:

_Pera aí, - disse ele, parando de repente – eu já vi esse filme.
Clara olhou para ele e disse em tom malicioso:
_Só que esta é a versão do diretor... e sem cortes. - Disse ela, enquanto desabotoava a blusa.
_Você tem certeza que...
_Edu, o que você acha? Disse ela, olhando dentro dos olhos dele

E ele não abriu mais a boca. Pelo menos não para falar...

_Sabe que as vezes eu até esqueço que você chama Eduardo?


Fim da primeira parte

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Ho! Ho! Ho! - III
Bem, como diz o eternamente jovem Alex-J, agora que sou um "adultão", fiz minha própria ceia de Natal na minha casa. Assim sendo, pela primeira vez, assamos em nosso próprio forno a nossa própria ave da Sadia com termômetro que avisa quando ficou pronto.
Acho que todo mundo deve ter uma história sobre esse tema prá contar. A maioria delas, frustrante com relação ao funcionamento do dispositivo.
Quando eu era criança, minha mãe viu a propaganda na tv e, como milhares de outras mães, comprou o peru Sadia com termômetro. Pouco tempo depois de ela ter colocado no forno aquele troço congelado, o termômetro pulou. Aí ficou aquela dúvida: "Já?". "Mas pulou mesmo ou essa é a posição normal? Não tem que saltar mais?". "Fez o barulhinho?" (Ah, tem esse detalhe também. No começo, na propaganda ouvia-se um sininho na hora que o termômetro pulava. Aí as pessoas ficavam esperando o barulhinho que, naturalmente, nunca vinha, mesmo que o peru já estivesse torradão. Tiveram que tirar o sininho da trilha sonora da propaganda.)
E então minha mãe tirou o peru do forno e deu uma olhadinha. Ele não estava assim com aquele super bronze da propaganda, mas também não estava mais pálido. Ela levou à mesa. Na hora de cortar, decepção total. Estava totalmente cru por dentro. Bem, fazer o quê, volta pro forno!
No final, tudo acabou bem, mas minha mãe mesmo nem conseguiu comer depois porque ela ficou enojada.
Dessa vez, na minha casa, a Cris já estava resignada a nem ligar pro tal do termômetro. Foi no olhômetro mesmo. Acontece, porém, que na embalagem dizia 1 hora e meia aproximadamente e levou quase 5 horas! E quer saber? O termômetro pulou na hora certa. Mais um milagre do Natal!

Ho! Ho! Ho! - II
O Natal é tempo de amar, mas não tem nada mais tosco do que aqueles Papais-Noéis infláveis, hein? Fala sério!

Ho! Ho! Ho!
Rapaz! O Natal já passou e eu nem botei aqui um post sobre isso. Bem, anyway, o que eu ia dizer é que o Natal é tempo de amar. Não se esqueçam disso, nobres leitores do Teoria!
Um grande abraço a todos que por aqui passaram! E, se der, continuem passando porque há muito ainda a ser dito e comentado, ok?

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Post Novela – Cap XI
Interessante como muitas vezes, mesmo com a melhor das intenções, as pessoas fazem as maiores bobagens. Clara queria apenas preservar o carinha. Não queria que ele se sentisse rejeitado. Então, mentiu. E mentira, para aquele carinha tão franco e sincero, era algo difícil de se assimilar.

Quando ele se deu conta, estava parado em frente a uma porta onde lia-se na tabuleta: Diretoria Administrativa. Estranho. É provável que se ele quisesse voltar lá por vontade própria, não teria conseguido achar o caminho. A primeira reação que teve foi de angústia, relembrando todos aqueles momentos. Mas depois, talvez movido por uma curiosidade um pouco mórbida, ou para tentar relembrar o maior número possível de detalhes e daí encontrar alguma explicação para a mentira de Clara, resolveu entrar.

Passado aquele doloroso sentimento de remorso, Clara tentou se concentrar no que fazer para minimizar a situação. Isso que dá, ficar assistindo aquelas comédias românticas americanas – pensava ela. Me fizeram fantasiar com uma primeira vez com ele em uma circunstância toda especial... e irreal. Não que seja exatamente irreal, mas por que não poderia ter sido aquele dia, afinal? Os dois queriam... Eu simplesmente nos privei de um momento legal e ainda causei esta confusão... Ô, lôra burra...

O carinha abriu a gaveta e a chave estava lá como da outra vez. Destrancou a porta e entrou. Aquelas fotos que tinham dado tanto prazer aos seus olhos, desta vez, não significavam nada.

Onde ele pode ter ido? Pensava Clara.

O carinha então se afundou na cadeira do diretor enquanto se afundava ainda mais em seus pensamentos.

Como já disse, quando o sexto sentido feminino começa a funcionar, é uma coisa...

Por que a minha vida parece uma montanha-russa? perguntava-se ele. Quando acho que as coisas estão tranquilas: AHHHHH! Vem aquela baita descida.

Clara viu uma pequena luminosidade saindo por baixo da porta de entrada da diretoria administrativa. Então ela teve certeza. Ele estava lá.

Respirou fundo e entrou.

Volver a los 17
Esse ano, graças a uma forçadinha de barra, ganhei do Alex-J de aniversário o cd "Ventura" dos Los Hermanos. Mal sabia ele que estaria me dando um presente muito maior que um ótimo cd. Era a oportunidade de voltar a abrir meu coração para o novo.
Eu sei que parece bizarro, mas há anos não consigo me interessar por nada novo no mundo da música. Claro, continuo comprando discos uma vez ou outra, mas nenhum lançamento foi realmente capaz de me despertar um sentimento maior. E o resultado disso foi que eu passei a procurar cada vez mais no passado ao invés de procurar no futuro.
Mas toda vez que eu falo sobre esse cd, invariavelmente as pessoas me perguntam: "Los Hermanos? Aquele do 'Anna Julia'?!"
É, é aquele mesmo. Mas esqueça por um momento essa história de 'Anna Julia', tá? Deixe os preconceitos de lado e encare-os como uma banda nova, sem passado.
Eu já havia lido várias críticas favoráveis sobre o disco e confesso que considerei exageradas algumas comparações com "Chico Buarque, Ivan Lins etc". Mas já na primeira audição, essas referências vêm realmente à tona. E, para mim, salpicadas com um molhinho de "Strokes", especialmente na voz do vocalista Rodrigo Amarante. Acrescente-se aí letras interessantes, harmonias requintadas e arranjos cheios de personalidade.
O que eu mais gostaria de poder fazer agora? Viajar prá poder levar "Ventura" comigo.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Post Novela – Cap X
Clara olhou o relógio. O carinha estava atrasado. Será que ele esqueceu? Será que houve algum mal-entendido? É engraçado a reação que temos quando marcamos de nos encontrar com alguém, em determinada hora e lugar e a pessoa começa a atrasar: “Será que eu entendi certo?”, “Será que ele entendeu certo?”, “Será que é aqui mesmo?”, “Será que meu relógio está errado?”

Prá variar, o celular do carinha só dava caixa postal. O que teria acontecido? Clara começou a sentir um incômodo no fundo da barriga, um mal pressentimento. Ele já estava mais de quarenta minutos atrasados. Tentou o celular dele de novo. Caixa postal. Resolveu deixar recado:
_Oi, sou eu... Onde você está? Liga prá mim, estou preocupada... e com saudade.

As pessoas não mudam de uma hora para outra. Apesar do carinha ter assimilado bem as coisas que Meg disse, ele continuava sendo aquele carinha... um pouco inseguro, pensativo, meio delirante...
Ele literalmente perdeu o rumo. Não queria encontrar Clara. Não se sentia preparado para uma confrontação. Na verdade, tinha medo do que poderia ouvir. Então, deu meia-volta e foi andando, sem direção, pelos corredores daquela bosta-bosta de faculdade. Fazia força para não desmoronar. Impressionante como aquele golpe atingiu-lhe fisicamente também. Sentia-se tonto e com a cabeça doendo.

Clara estava ficando desesperada. Apesar do carinha, por distração, já ter se atrasado outras vezes, ou mesmo não aparecido, ela sentia que agora era diferente. Havia acontecido algo...
Sexto sentido feminino quando resolve funcionar é uma coisa...

Por que? Por que ela mentiu? Estas palavras martelavam na cabeça do carinha.

_Seu namorado já foi? disse Tati passando por Clara
_O que?? Você o viu hoje??
_Acho que faz uma meia hora. Ele tava te procurando...
_Mas ele disse alguma coisa? Que ia passar em algum lugar, ou algo assim?
_Não, ele parecia que estava com pressa e me perguntou se eu havia te visto, então eu disse que você ainda estava na classe.

Eu não posso estar tão enganado assim... ela parecia que também queria... então por quê? E ele ia ficando cada vez mais atormentado, vagando por aqueles corredores.

_Só isso? Ele não falou mais nada? disse Clara aflita
_Não... como eu disse, ele estava meio correndo...
_O que será que aconteceu? dizia Clara mais para si mesma.

Será que eu fui afoito demais? Será que eu me precipitei? Será que eu estraguei tudo? Pensava ele.

_Ah! disse Tati de repente. Ele também perguntou se eu havia feito prova semana passada. Eu achei estranho porque...

Tatiana, nem precisava continuar. Num micro segundo Clara compreendeu tudo.

E uma lágrima escorregou pela sua face.

continua>

terça-feira, dezembro 09, 2003

Post Novela – Cap IX
O carinha andava apressado pela rua. Não queria se atrasar. Combinou de encontrar Clara no intervalo de sua aula. Depois daquele dia na diretoria, ainda não haviam se encontrado pessoalmente e ele estava um pouco ansioso. Estava também um pouco envergonhado por toda aquela cena que havia feito e não fosse pela Meg (e suas baquetas), teria sido ainda pior. “Espero que ela não tenha comentado com a Clara. Cara, que patético...”

Ele havia pensado muito no que a Meg havia dito e achava que ela estava certa. Precisava parar de encanar tanto com as coisas. Afinal, se a Clara estava com ele, é porque alguma coisa ela sentia. Falta de opção é que não era o caso dela. Então, o melhor era desencanar e curtir o momento. Momento esse que realmente não era ruim. Profissionalmente, as coisas estavam melhores. Depois de conversar com o dono do estúdio e explicar o que sentia, o fotógrafo oficial concordou em deixá-lo assinar alguns trabalhos e também aumentou um pouco sua porcentagem nos ganhos. Sua família estava um pouco mais conformada pelo fato dele ter saído de casa. Sempre tiveram um bom relacionamento e o carinha não era de reclamar das coisas, por isso, quando ele tomou essa decisão, seus pais ficaram muito surpresos: “Mas qual é o problema?” “O que nós fizemos de errado?”. Foi difícil explicar que era apenas uma necessidade de ter seu próprio espaço. Mas mais difícil ainda, foi explicar à Júlia, sua irmazinha de 6 anos. Na verdade, era dela que ele sentia mais falta. Espevitada, alegre e inteligente, devido a grande diferença de idade o carinha se sentia meio pai dela também. Sempre que podia passava lá para vê-la e brincar. Júlia tinha o poder de fazê-lo esquecer qualquer coisa, qualquer problema. Só de ver aquela carinha marota, ele já tinha vontade de sorrir. Até dormia lá as vezes. Então, pouco a pouco, as coisas iam se encaixando.

Passou correndo pela portaria da faculdade e entrou no prédio onde ela estuda. Subindo as escadas encontrou com Tatiana, colega de Clara, que vinha descendo.

_ E aí, Tati, beleza? disse ele
_Tudo bem e com você?
_Tudo certo. Você viu a Clara?
_Quando saí, ela ainda estava na sala.
_Ah, valeu. Você também fez prova terça-feira?
_Terça? Não, não tivemos prova em nenhuma aula. Só uns trabalhos bem pentelhos.
_Ninguém teve prova substutiva?
_Mas se nem começaram as provas normais, quanto mais as subs...
_A Clara me disse... deixa prá lá, acho que eu entendi errado. Até mais.
_Tchau.

Ele sentiu um alçapão abrir sob seus pés.

continua>

terça-feira, dezembro 02, 2003

Post Novela – Cap VIII
Clara sentia-se desconfortável. Ela não gostou nem um pouco de ter inventado aquela estória de prova. Sabia que o carinha sentia-se um pouco inseguro em relação à ela e não queria magoá-lo ou colocar ainda mais pêlos naquela casca de ovo. Apenas gostaria que a primeira vez deles fosse algo especial e não ali naquela diretoria. Se bem que ela quase cedeu. Diria que se não fosse o sinal, teria mesmo acontecido. Na verdade, ela não imaginou que pudesse ser arrebatada daquela maneira. Toda aquela necessidade de contato que partiu dos dois era quase incontrolável. E pensar que tudo começou tão lentamente...

Três meses antes:
_Meg, você não disse que estava marcado para as dez e meia?
_ Disse.
_Porque já são mais de...
_Cacete! Porque tudo que eu visto não presta? Ou me deixa baixa demais, ou gorda demais, ou branca demais... Você viu minha meia-calça? Disse Meg, buscando por baixo daquele mundo de roupas espalhadas no seu quarto.
_ Qual delas? Você já experimentou umas quatro!
_ Sabe aquele filme, “Quero ser John Malkovitch”? Prá mim seria: “Quero ser Clara”. Até com as roupas da minha avó, você fica bem, que saco...
_Ai, que exagero Meg. E depois, vai ver que o segredo é não esquentar...
_É... se eu fosse você, também não esquentaria...
_Chega Meg. Você tá linda. Daqui a pouco tá na hora de voltar e a gente nem saiu. Quem vai estar lá, que está te deixando nesse estado? É esse carinha que vem buscar a gente?
_Não, esse carinha é só amizade mesmo, como diria o Sílvio Santos.
_Só amizade, né? Sei... Bom, espero que ele seja amigo o suficiente para ainda estar esperando a gente lá embaixo...

E o carinha aguardava no carro há exatos quarenta e cinco minutos... Ele achou que os quinze minutos que se atrasara intencionalmente fossem suficientes... Finalmente, Meg apareceu.
_Desculpa, aí cara...
_Nossa, Meg... Cê tá bonita, hein?
_Ah... valeu, peguei a primeira roupa que vi... para não atrasar muito, sabe?
_ E a sua prima não vem? Mal terminou de falar quando Clara surgiu. Nesse momento, tudo ao redor dela saiu de foco e ele não ouvia nenhum um som se quer. Ela parecia se mexer em câmera lenta.
_Essa é minha prima Clara – disse Meg

Ele ficou realmente desconcertado. Mal conseguiu dizer seu nome. Meg foi sentada na frente ao seu lado e Clara atrás. No caminho, não conseguia parar de olhá-la pelo retrovisor. As vezes seus olhos se cruzavam e ele ficava todo embaraçado.

_A Meg me disse que você trabalha com fotografia. Posso ver essas fotos que estão aqui no banco? Disse ela.
_Claro.
_Nossa, muito legais –
E Clara começou a ver aquelas fotos em preto e branco, em sua maioria, de crianças em situação de pobreza. Algumas brincando, outras olhando dentro dos nossos olhos através da lente do fotógrafo.
_São lindas! Puxa, você é realmente muito talentoso, hein? Que sensibilidade. Que criatividade. Que...
_É... não são minhas... – disse o carinha querendo entrar embaixo do banco. – São do Sebastião Salgado, um cara muito fera. Um dos melhores do Brasil.
_Ai... desculpe... eu... nossa, como eu sou besta. Vou mexendo, vou falando... Ai que vergonha, foi mal...
_Mas ele também é bom prá caramba, Clara. Lembra a capa do nosso CD como ficou legal? Eu até pareço bonita...
_É verdade... mas depois dessa, faço questão de ver algum trabalho seu mesmo.- disse Clara
_Cê tá louca! Depois de ver essas fotos? De jeito nenhum...Talvez daqui há uns trinta anos...
_ Ele fica fazendo onda, mas manda muito bem sim senhor. – disse Meg

E foram papeando até chegarem ao local da festa. Lá, Clara e o carinha conversaram bastante e ela foi gostando do jeito dele. O carinha transmitia a ela uma coisa de sinceridade, que a deixava muito confortável. Provavelmente por ter passado por algumas desilusões, Clara andava um pouco pé atrás com os homens de maneira geral, que quase sempre viam nela apenas a mulher bonita. Sim, ela sabia que era bonita e muitas vezes chegou a se incomodar com isso... Ela precisava que gostassem do que ia dentro dela também. Estava cansada do tipo padrão de homem que costumava atrair.

Aquele carinha, com cara de cachorro sem dono, parecia diferente. Ele parecia ouvi-la.

E sem o menor esforço e sem se dar conta disso, foi ganhando muitos pontos com ela.

continua>